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22/6/1970 - Tris faziam as malas para voltar ao Brasil

Seleção embarcou 23h (horário local)desta segunda-feira em voo fretado da Varig. Da Cidade do México direto para Brasília. Pela hora do almoço, na terça-feira, 23 de junho, a delegação seria recepcionada pelo presidente Emílio Médici. Por volta de 16h a delegação pousaria no Galeão, para novo desfile no Rio de Janeiro, até o Plaza Copacabana. Os paulistas teriam voo de Caravele da Cruzeiro na quarta-feira, 11 horas, para Congonhas. O gaúcho Everaldo pousaria em São Paulo e seguiria nesse mesmo voo até o Salgado Filho, chegando 14h em Porto Alegre. Os mineiros iriam de Viscount da Vasp direto para a Pampulha, saindo 9h e chegando 10h. 

Tostão na final de 1970
Tostão na final de 1970

Por Mauro Beting

Nelson Rodrigues, em O GLOBO, seguiu na mesma linha que vinha adotando desde antes da Copa: "foi a mais bela vitória do futebol mundial em todos os tempos". Ele mantinha a ideia de que a Seleção sofria enquanto fazia amistosos pelo Brasil um autêntico "exílio" de tanto que era vaiada. "Se Napoleão tivesse sofrido as vaias que flagelaram o escrete, não teria ganhado nem batalhas de soldadinhos de chumbo".

João Saldanha, em O GLOBO: "antes de mais nada, quero dizer que a extraordinária vitória do Brasil foi a vitória do futebol". O ex-treinador, demitido em 17 de março, elogiou Pelé, Tostão, Jairzinho, Brito. Não citou o nome de Zagallo.

O jornal carioca também fez loas ao presidente João Havelange (que só foi ao México ver a partida inaugural...), ao "brigadeiro da vitória" Jerônimo Bastos (...), chefe da delegação brasileira, e a festa total de alguns veículos de imprensa também para o palpite do presidente Médici, que tinha apostado na vitória brasileira por 4 a 1 (de fato, poucos chutaram placar tão elástico quanto o ditador de plantão).

Na edição vespertina de O GLOBO, Médici destacou: "Os terroristas não conseguirão nada. Ninguém segura este país". Em um telefonema horas depois da decisão, o general disse a Pelé: "olá, Rei. É o presidente. Mande um abraço a todos". Médici disse que era "o dia mais feliz da minha vida".

Médici prometeu o que não cumpriria: que a Taça Independência, em 1972, disputada no Brasil, seria chamada Taça Pelé. E mandou Pele dar parabéns a Zagallo, ao capitão Carlos Alberto, e ao capitão Cláudio Coutinho, "pelo excepcional preparo físico da Seleção".

O presidente também conversou com Nelson Rodrigues. Ambos se davam muito bem. "Elé é o primeiro presidente do país que adora futebol". E isso não se nega.

O presidente decretou ponto facultativo tanto na segunda quanto na terça-feira.

Logo depois do final do jogo, por volta de 16h50, do domingo, Médici mandou abrir os portões do Palácio da Alvorada. Muita gente ficou à frente da residência oficial do governo. Até uma escola de samba apareceu. Médici apareceu jogando bola com o neto.

Dona Antonieta, mãe de Zagallo, disse que o filho venceu "90 milhões de treinadores no país".

A música mais tocada pelo Brasil foi a maravilhosa "Pra Frente, Brasil", de Miguel Gustavo, escolhida em concurso pelos três patrocinadores do pool de emissoras de TV que mostraram a Copa para o país pela primeira vez.

O GLOBO fez reportagem apresentando a festa de Jules Rimet, que nasceu no Rio de Janeiro no dia do 7 a 1 do Brasil contra a Suécia, pelo quadrangular final da Copa de 1950.

O papa Paulo VI, segundo o Vaticano, mesmo italiano, "não torceu para ninguém na final".

O presidente norte-americano Richard Nixon mandou telegrama para Médici na segunda-feira parabenizando-o pela conquista do Brasil.

O planejamento das autoridades para a chegada da delegação no Rio previa três carros de bombeiros para a comitiva. Mais de 1.200 soldados fariam a segurança no aeroporto.

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