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23/4/1970 - Gérson pedia Tostão no time titular

Na antevéspera do amistoso no Morumbi contra a Bulgária Sub-23, Gérson queria Tostão no lugar de Roberto ou Dario. A Seleção estrearia em 3 de junho de 1970 no México. Leia aqui todo dia a marcha pro tri.

Tostão, Gérson e Rivellino, em 1968
Tostão, Gérson e Rivellino, em 1968

Por Mauro Beting

Tostão tem de jogar nesse time. Com um olho ele é melhor do que a maioria com dois".

A frase não era de um comentarista brilhante. Embora, a partir da Copa de 1974, e desde então, ele tenha se tornado tudo isso. O que já anunciava ainda em 1970: "quando eu parar de jogar vou ser comentarista. Pra mostrar que esses caras que estão aí não sabem nada".

Era o Papagaio Gérson. O Canhota que sempre colocou muito bem as coisas.

Ele queria Tostão de centroavante. No lugar de Dario. E, claro, diferente da ideia inicial de Zagallo, ao lado de Pelé. Como juntos brilharam nas Eliminatórias, em 1969, dirigidos por João Saldanha.

Zagallo mantinha as ideias dele. Para o jornal O GLOBO, disse que a base de seu time passava por Gerson, Pelé e Paulo César. "Mas não sou teimoso. Se entender que o 4-3-3 não estiver funcionando, posso mudar". Os nomes. Não o esquema preferido desde quando jogava pelo Brasil.

O treinador abriu o coração ao jornal, com sinceridade pouco usual nos últimos tempos: "quando eu dirigi o Botafogo eu realmente não entendia que havia a necessidade de contratar Brito e Fontana para o clube. Hoje tenho confiança plena neles dois como meus titulares, embora o Baldochi esteja muito bem".

Zagallo temia ainda o corte de Rogério, por lesão muscular na coxa. "Se ele não puder viajar, convocamos o Manoel Maria ou o Vaguinho".

Provavelmente na terça-feira, véspera do último amistoso no Brasil contra a Áustria, Zagallo definiria o corte de quatro dos 26 nomes que treinavam. Ele ainda não sabia se levaria um terceiro goleiro. Mas era provável cortar o mais moço - Leão.

Arilson, Dirceu Lopes e Zé Carlos pareciam nomes certos para o corte. Mesmo que o ponta do Flamengo tivesse sido chamado por ele, diferente dos dois cruzeirenses, convocados por Saldanha em fevereiro.

Pela primeira vez, o treinador cogitava algo que não gostava fazer: improvisar. Ele pensava usar o volante Piazza como zagueiro.

Félix ou Ado era a dúvida para a meta titular; Carlos Alberto, Brito, Fontana e Marco Antônio a zaga; Clodoaldo, Gérson e Paulo César o meio; Jairzinho, Roberto e Pelé o ataque que naquele momento parecia ser o titular para a estreia.

Com Rivellino pedindo passagem. E talvez Piazza na zaga.

No treino coletivo no Maracanã, na sexta-feira, antevéspera do amistoso contra o sub-23 da Bulgária (?!), Zagallo usou Piazza na zaga reserva - Fontava foi poupado por desgaste físico, e o treinador queria testar Joel, que não jogava havia tempo.

De Portugal, Eusébio, artilheiro da Copa de 1966, mandava o recado: "estarei torcendo pelo Brasil no Mundial. Pelé fará mais uma vez uma grande Copa e será mais uma vez campeão. Acredito muito no Brasil porque acredito muito em Pelé".

Era a mensagem mais positiva que vinha da Europa. Desde a demissão de Saldanha, sobretudo os ingleses diziam que o Brasil tinha "ainda menos chances no México" com a troca de comando a menos de três meses da Copa.

A CBD havia acertado com a Adidas o fornecimento de chuteiras para os atletas no México. Mas alguns atletas tinham acertos individuais. Félix e Marco Antonio usariam Puma, por 1.200 dólares.

Todos os atletas reclamavam da bola. "Ela é muito leve. Sinuosa. Parece de plástico". Era a Jabulani de 1970.

O supervisor Cláudio Coutinho, que substituíra Russo, que deixara o cargo quando João Saldanha foi demitido em 17 de março, anunciava quanto a delegação brasileira consumira na concentração de São Conrado: 1.300 quilos de carne, 800 quilos de arroz, 1700 ovos, 350 quilos de feijão preto, 300 quilos de peixe.

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