8/5/1970 - Zagallo mandava escrever que o Brasil seria campeão no México
O dia a dia do Brasil para a Copa de 1970. Treinador brasileiro confiante no México. Mas a preparação na altitude de Guanajato não agradava pela estrutura ruim e pelo tédio do grupo que estava treinando junto desde a primeira metade de fevereiro.
Por Mauro Beting
Zagallo aumentava o tom no discurso otimista. Ainda que sem definir totalmente a equipe (Piazza ou Fontana na zaga, Tostão ou Roberto no ataque), ele afirmava que o Brasil não apenas seria o vencedor da Copa. "Brasil já é o campeão".
Computador fez projeções para a primeira rodada da Copa. O placar que seria da estreia de 4 a 1 para o Brasil contra a Tchecoslováquia foi dado pelo aparelho no seu "bolão" como 3 a 0 para o Brasil.
Lídio de Toledo era o membro da comissão técnica mais receoso quanto ao aproveitamento de Rogério na Copa. A lesão no músculo posterior da coxa direita do ponta-direita do Botafogo desanimava o ortopedista. A FOLHA DE S.PAULO noticiava que o médico achava "tempo perdido" insistir na manutenção dele para a Copa. Seria melhor ser cortado.
(Em São Paulo, o goleiro Leão - cortado antes do embarque para o México -, esperava ordens da direção do Palmeiras para viajar ou para a Iugoslávia, onde estava a delegação do clube, ou para a Itália, onde a equipe faria mais dois amistosos. Ele estava irritado com a indefinição e a demora para se juntar ao grupo).
No México, depois de cinco horas de ônibus naquela sexta-feira, a delegação brasileira chegou 14h30 em Guanajuato. Domingo teria o segundo amistoso no México. Mas havia sido cancelado por alteração na data dos amistosos.
A mudança de cidade fazia parte do planejamento para se adaptar aos 2.200m de altitude da Cidade do México, onde seria decidida a Copa.
A Seleção ficou hospedada na Posada San Javier. Os treinos seriam no gramado horrível de um campo sem vestiários e nem banheiros de uma faculdade.
Em O GLOBO, Nelson Rodrigues seguia defendendo o futebol brasileiro. Mais confiante do que o próprio Zagallo. Disse que Pelé em 1970 repetiria Mané de 1962 e jogaria por dois. "Pelé vai se despedir trazendo a Jules Rimet".
Já Saldanha seguia também mais confiante com a entrada de Rivellino na equipe. Mas fez a coluna inteira ressaltando a força da Squadra Azzura, campeã europeia em 1968. "É o melhor time deles desde que foram bicampeões mundiais em 1938".
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