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Aperfeiçoar a regra 11 da "mesma linha" seria outro avanço do VAR

Brasileiro reclama demais do VAR não por ele não funcionar "direito". Mas por nós duvidarmos demais do que é certo e do que é direito.

A Cabine do VAR, pós-Gatito
A Cabine do VAR, pós-Gatito

Por Mauro Beting

A "presunção da inocência" (aspas mais do que necessárias) é um princípio básico do Direito. Como neste país é muita presunção nossa ser tão inocente a ponto de achar que são todos inocentes em qualquer campo.

Deploravelmente, já começamos achando que todo árbitro vai nos "roubar". Mesmo que na esmagadora absoluta das vezes seja um "erro" como um frango e um gol perdido e um passe mal feito e um time mal escalado e um comentário mal colocado. E mesmo esse "erro" de fato seja apenas um uma interpretação diferente. Como a regra exige. E nós parecemos nem isso saber.

Ficando só no nosso campinho limitado e tacanho, questionamos até os fatos. "Ah, mas se fosse na outra área...". "Se fosse com outro clube". "E naquele outro jogo há dois anos que...".

Como se a regra fosse sempre outra.

Anos de prática até levam a esse raciocínio corroído e carcomido. E compreensível.

Mas no caso dos lances de gols muito difíceis e ajustados anulados do Santos contra o Flamengo na Vila Belmiro, extrapolamos. Não vou nem citar aquele lance mal interpretado de Arrascaeta quando foi marcada falta prévia inexistente. Infelicidade do árbitro retirada do debate que parece ser mais contra o Flamengo do que a favor da discussão.

Nos dois lances, depois de demora excessiva para o VAR entrar em campo e decidir a parada (mesmo em se tratando de lances muito ajustados e difíceis a olho eletrônico, quem dirá a nu), a tecnologia detectou posição de impedimento dos santistas.

No primeiro, não se interpreta. É fato - mesmo que por tão pouco. Impedimento.

No segundo, mesma dificuldade. Mas aqui também é preciso interpretar, como bem fez o árbitro ao checar o lance na cabine de revisão. E Jobson, na MINHA INTERPRETAÇÃO, tenta jogar o lance. Tenta participar da ação de ataque santista. Acaba bloqueando a ação de rivais e mesmo chamando a atenção do goleiro adversário.

Para mim e para o árbitro, impedimento.

Lance interpretativo. Qualquer opinião é válida. Respeitável.

O problema é que não respeitamos mais nada.

Perdemos todos. Perdemos tudo.

Problema bem brasileiro. Não de hoje.

Mas fica o debate também a respeito da regra do jogo: que tal discutirmos o conceito de mesma linha?

Na boa, no campo, pré-VAR, são dois lances difíceis e discutíveis. No entendimento anterior, a olho nu, melhor mesmo que fossem validados os lances e os gols. No princípio da dúvida que beneficia o ataque. O gol.

Pela tecnologia, corretas as anulações.

Na prática, porém, melhor que a decisão fosse mais rápida. E seria se a regra fosse de fato mudada na essência.

Em lances assim tão ajustados, tão difíceis, e que um botão apertado um frame antes pode mudar tudo, melhor mesmo seria facilitar: mesma linha seria isso. Um pouco pra lá, um pouco pra cá, segue o jogo. O ataque. O gol.

Impedimento MESMO só com uma distância maior.

Quanto? 30 cm? 20? 40?

Não sei.

Mas o bom senso saberia dizer.

O que não pode é achar que tem tudo esquema contra.

Se for assim, melhor nem sair de casa. Joguemos Fortnite.

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