Aposta de rico no Galo
Jorge Sampaoli é ótimo. O investimento não é barato. Mas se tiver condições financeiras, por que não?
Por Mauro Beting
O Atlético não deu 10 jogos para o venezuelano Rafael Dudamel arrumar um time que foi muito mal ao ser eliminado na primeira rodada da Sul-Americana e ainda pior ao ser eliminado nos pênaltis pelo Afogados ba Copa do Brasil.
Defendo arduamente trabalhos longevos em qualquer campo. A pressão é inimiga de tudo. Um dos motivos para o nosso jogo estar anos-breu do nosso futebol é essa celerada demissão acelerada de treinadores no Brasil.
Mas ficava mesmo difícil defender a continuidade de Dudamel. Também por alguns métodos que pareciam não combinar com o grupo. Outra questão bastante controversa.
Jorge Sampaoli parece outro patamar. Melhor, mais experiente, mais conhecedor do futebol no Brasil, tem moral, cacife e bagagem para superar tormentas, turbulências, turbas e tribunas sem paciência.
Como no Santos em 2019, não terá elenco de grande qualidade e quantidade. Mas pode fazer coisas boas. Talvez não ótimas como seu salário muito acima da média. Acima da própria média dele, que já é ótima.
Não sou o gestor do clube, nem analista de balanço, nem coleguinha que gosta de brincar de Banco Imobiliário e bravatear sobre fair´-play financeiro sem saber de finanças, de play, de fair e mesmo de jornalismo básico.
Mas o questionamento é pertinente se vale tanto gastar tudo isso, e com toda essa multa em caso de demissão sumária do treinador - ou semelhante a de Dudamel.
O fato de Sampaoli também trazer alguém para ser seu "próprio chefe", a grosso modo, mais grosso do que modo, também se pode questionar.
O que é diferente de demonizar.
É uma aposta. De risco como seria até Klopp na Cidade do Galo. De rico como a feita agora pelo Atlético com seus parceiros.
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