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Bayern e Barça foram no 8 a 2 exatamente o que vêm sendo

O placar chama a atenção, mas o desenrolar do jogo não surpreende nenhum um pouco, diante do que os dois times apresentaram na temporada e o Barcelona nas temporadas anteriores

Bayern atropelou o Barça e se classificou para a semifinal da Champions
Bayern atropelou o Barça e se classificou para a semifinal da Champions (Getty Images)

Por Vitor Sérgio Rodrigues

É impossível esquecer um placar de 8 a 2. Seja na sua pelada na várzea ou num mata-mata da Champions League. É algo chocante, histórico e humilhante. Por isso, nos espantamos quando olhamos friamente o placar que o Bayern de Munique impôs ao Barcelona. Mas analisando o desenrolar do jogo, não há nenhuma surpresa no que vimos em campo.

O Bayern de Hansi-Dieter Flick se transformou em um time sufocante, que tem pernas para pressionar praticamente o tempo todo e cabeça para controlar, criar e ferir o adversário a qualquer momento. O treinador fez isso quase que instantaneamente, ao assumir um time inseguro, travado e chatíssimo de se ver jogar.

E todas as decisões que ele tomou desde que assumiu o time, primeiro interinamente e depois efetivado, em novembro, foram para tornar o time dinâmico, corajoso e ofensivo, sem perder organização. Recuperou Boateng e Thomas Muller, passou Alaba para a zaga para dar espaço para o canhão Alphonso Davies, efetivou Kimmich e Thiago como donos do meio campo. Assim, o volume de jogo apareceu, a segurança aumentou e os resultados foram melhorando.

O time que atropelou o Barcelona nesta sexta-feira, no Estádio da Luz, fez tudo isso, ao mesmo tempo. Até correu alguns riscos no início da partida e permitiu que o Barcelona criasse quatro boas oportunidades nos primeiros 20 minutos (algo raríssimo ultimamente). Mas esses riscos são calculados para gerar o domínio que foi visto ao longo de todo o jogo. Fez 4 a 1 no primeiro tempo e poderia ter feito seis gols.

Na etapa final, tentou desacelerar um pouco, talvez pensando no calendário exigente do Super Agosto de Champions em Lisboa. Mas o Barcelona chegou ao segund o gol e despertou a fúria alemã. E o Bayern lembrou do que esse time é feito. Fez mais quatro e poderia ter feito mais. O número chama a atenção porque time alemão finalizou 14 vezes e meteu oito bolas na rede. Mas o desenrolar do jogo, não surpreende em nada.

Porque do outro lado, o Barcelona foi exatamente o que vem sendo. Em relação a esta temporada, um time com graves problemas coletivos. Sem a bola, um time que é atacado a qualquer momento, por adversário de qualquer qualidade e tamanho. Com ela, uma equipe sem identidade, que não sabe o que quer fazer. Não consegue construir a partir da posse de bola. Não parece ter velocidade para jogar no contra-ataque (sem contar solidez defensiva para chegar a contra-atacar). Não tem pernas para fazer uma marcação pressão. Na partida de hoje, sobreviveu de diagonais para o Jordi Alba. Pouquíssimo.

Em relação aos últimos anos, o Barcelona foi mais do que vimos: um time incapaz de brigar pelo resultado. Em qualquer esporte, se portar bem com a liderança no placar é mais fácil. Estar atrás é outra coisa. E o Barcelona vem sendo uma equipe incapaz de batalhar no momento ruim. Foi assim em Roma, em Liverpool e foi assim hoje. Talvez seja uma questão de confiança, por causa dos problemas descritos no parágrafo anterior. Mas é nítido que o Barça jogou de uma forma até tomar o 3 a 1 e pareceu não competir mais depois. Isso tem se repetido. Incluindo aí o maior astro do time, Lionel Messi, em mais uma partida ruim numa eliminação traumática da equipe.

Para sempre falaremos do 8 a 2 pela raridade dos números envolvidos em um duelo desse tamanho. Mas diante das maiores virtudes do Bayern e dos maiores defeitos do Barcelona expostos assim, de forma explícita, para o mundo ver, não há exagero algum.

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