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Centenária maioridade do Fluminense

118 anos de Fluminense hoje. Nelson Rodrigues diria que é todo dia. Ou talvez 41 minutos antes de tudo. 

Fluminense, 118
Fluminense, 118

Por Mauro Beting

A maioridade se estabeleceu aos 18 anos. Hoje se discute muito se não são 16 anos. Em breve 14. Tudo anda muito acelerado. Celerado até.

Mas o Fluminense, pela história que tem, pela história que fez, pelas Laranjeiras míticas, desde Oscar Cox, pelas luzes dos vitrais da sede, pelo aroma e pelo ambiente da flor do bairro e da fina flor da sociedade, parece já ter nascido adulto. Centenário.

Hoje são 118 anos. Centenário da maturidade. Mesmo que alguns infelizes imaturos que desgraçaram o clube em nome dele ou das próprias pessoas físicas tenham conspurcado parte da glória e dos ideais mais nobres (na melhor acepção do termo), essa história impágavel não se apaga como flama.

Como Fluminense.

No Rio de Janeiro sou Palmeiras. Não torço pelo clube das Laranjeiras ou de qualquer bairro ou mata ou fauna.

Mas quem sabe o mínimo de futebol e história conhece o que o clube fez pelo futebol do Rio e do Brasil e, por tabela, do mundo. E sabe mais ainda que nessas ironias da vida, alguns "timinhos" fizeram história pelo clube aristocrático. Pouco investimento e recursos superaram rivais mais endinheiros e mesmo mais populares. Levando para casa canecos e conquistas inesperadas.

É do futebol. É ainda mais do Fluminense.

Teve Máquina do Horta nas Laranjeiras, claro. Mas teve muito na base do troca-troca. Da sacada inteligente e elagante como a fita roxa de Marcos na meta. Da operária correria de Telê, de Castilho e sua leiteria, das primeiras folhas secas de Didi, do Pinheiro que cresceu nas Laranjeiras, do Rivellino maior 10, do Valdo que ninguém fez mais gols, do Casal 20 Washington e Assis que era de refugos fulgurantes, da barriga de Renato em 1995, das remontadas depois das trapalhadas, de Fred, Deco e ilimitada companhia dos anos 10, das durezas que nem Xerém enxotam as contas que não fecham, as chagas ainda abertas.

O torcedor do Fluminense não tem que pagar isso e aquilo que cartolas penduraram como estranhos frutos podres entre bananeiras e bananas, entre champagnes abertos e corotes arreganhados.

O torcedor do Fluminense tem 118 anos de história pra bater no peito e bater em quem tentou sujar o que Oscar Cox fez nascer dentro desse peito.

Discordo respeitosamente embora entenda o tema adotado pelo clube de "a melhor ideia de todos os tempos" para celebrar 118 anos.

Porque quando se ama não é uma ideia. É um sentimento.

E esse não tem igual para quem ama. É incondicional.

É o Fluminense para quem é.

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