Comemorar o que?

Hoje, 11 de setembro, é o dia do árbitro, juiz, professor...Os nomes são variados e nos acostumamos com eles durante a carreira.
Sem ele não há esporte em qualquer modalidade profissional. Em geral, árbitros são mediadores de esportes que chegaram em um nível de profissionalização que envolve tanto dinheiro, investimento e estrutura, que a figura de alguém neutro e imparcial é imprescindível para a legitimação do jogo.
No futebol, mais que em qualquer outro desporto, o árbitro é uma figura questionada e sob constante dúvida, o que é normal em um esporte com tamanha influência no mundo.
No Brasil especialmente, a arbitragem é alvo rodada após rodada. Dirigentes, torcedores e imprensa não perdoam os erros cometidos em campo e exploram a polêmica até sua última gota.
Aqui , diferente de alguns países, apesar de toda a estrutura profissional, confederação e federações que cercam o esporte número 1 do país, ainda temos árbitros de elite em condições amadoras. Sem cobertura médica para quando se lesionam em campo; treinando ou em testes feitos pelas entidades. Árbitros que têm que pagar pelo tratamento médico fisioterápico, seja ele preventivo ou recuperativo; que pagam do próprio bolso suplementos; nutricionistas; treinadores e academias mesmo quando estão fora das escalas ou quando não se tem escalas - entre temporadas.
Sim, eles só recebem quando apitam! Se vão mal em um jogo e ficam fora por 2 semanas ou um mês, não ganham e precisam continuar treinando. Caso se lesionem, não ganham!
Árbitros que se dedicam com paixão, deixam suas famílias e profissões de lado por um esporte que não devolve com reciprocidade tal paixão, nem em forma de apoio e reconhecimento, e que não pára de ser exigente. A cada temporada, o jogo evolui fisica e naturalmente, exigindo mais do único amador em campo.
Talvez um dia, quem sabe...mas, hoje, não há o que comemorar.