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Corinthians é 110, 220, permanente estado de tensão

O corintiano não ama o Corinthians. Ele corintiana o Corinthians. É verbo, é a palavra, é tudo para não poucos que a vida só parece ter dado o Corinthians para ser o que são.

Neo Química Arena
Neo Química Arena

Por Mauro Beting

Se não houvesse o Corinthians, o corintiano não seria o que gosta mais de ser: corintiano.

Ele não torceria por outro clube. Ele teria que inventar outro time não só pelo qual torcer. Mas pelo qual viver. Sobreviver.

E dificilmente esse clube seria tão corintiano como é esse aniversariante de 110 anos.

Esse que tanta gente não gosta. Com ou sem razão, certamente com muita emoção.

Esse que não é tão “amado” pelos milhões que são pelo motivo que reitero: o corintiano não ama o Corinthians. O corintiano corintiana o Corinthians.

Ele é corintiano antes de torcer pelo Corinthians.

Esse é o maior mérito alvinegro.

Ninguém é indiferente.

A Neo Química Arena já sabe disso. É uma química diferente.

Ali é Corinthians.

O maior presente para o corintiano pelos 110 anos não é receber 15 milhões por ano pelo Naming Rights que enfim Andrés Sanchez acertou depois de errar tanto ao prometer o que não tinha anúncio. O maior presente para o corintiano hoje não é ter mais um nome forte para bater no peito e dizer que é dele (ainda que para pagar dívidas “impagáveis” feitas pelas administrações que ganharam muitos títulos e têm outros tantos sob protesto). O maior presente para o corintiano em 2020 não é receber uma boa bolada em um período que parecia impossível fazer qualquer negócio do tamanho de sua torcida.

Mas o maior presente para o corintiano desde 1910 segue sendo o corintiano que o segue por ser corintiano. Por isso supera a dificuldade da vida. A fila do pão como foi para ser campeão em 1977. O jejum brasileiro que virou café pequeno desde 1990. O Nunca Serão que foi invicto em 2012. O Mundial incontestável de 2012 que ratificou o oficial que não deveria ser discutido de 2000. A casa que não existia e que desde 2014 gera conforto para quem paga e desconforto pelo que só agora deve se pagar.

O corintiano corintiana o Corinthians.

É muito mais do que a verba irresponsável que só se pagava no mau uso também do verbo corintianar. O corintiano não precisa de mármore no banheiro de casa. Nem precisava de uma casa que não tem mesmo cabimento para tamanha paixão. O corintiano só precisa de um Pacaembu para fazer dele por uso campeão (ou mesmo sem título de campo ou de propriedade). O corintiano só precisa de um Maracanã para invadir em 1976 e celebrar uma semifinal como se fosse um título que não veio e não vinha então havia uma maioridade civil. O corintiano só precisa de um Japão para invadir em 2012 e celebrar mais um Mundial como se fosse uma conquista que veio como se fosse uma ação militar.

O corintiano não é pessoa física e nem neo química. Não é entidade jurídica, não precisa ser Rivellino na matemática ou Tite no português, Neto na biologia ou Marcelinho Carioca na geografia, Wadih na extrema-direita ou Lula na ponta-esquerda na política, Rozemberg, Matheus, Sánchez e Eris na economia, Citadini, Zanforlim e Izar no Direito, Elisa na cardiologia, Toquinho na pele, Negra Li e Rappin´Hood na raça, Olivetto, Stulbach e Groisman na língua, Sócrates, Casagrande e Wladimir na Democracia, Ronaldo no marketing, Rita Lee, ouvi e vi em tudo que é lugar que tem tudo que é corintiano de todos os jeitos.

Corintiano é fiel ao corintiano.

Não a Pepsi que já foi da Fiel há 20 anos. Não da Kalunga que já investiu e vestiu quando ninguém queria. Não é sopa de letrinhas e pizza de abacaxi da Excel, HMTF, MSI, Kia. Não é nome genérico de qualquer empresa. Mesmo sendo uma neo-velha parceira que não é qualquer uma. Hypera Pharma tem anos no mercado. Tem vários produtos. Já teve tabelinha vencedora com o Corinthians. Ou muito melhor para ele: com o corintiano.

Essa entidade que é maior do que a própria entidade. Que gosta mais de ser o que é do que do próprio time.

Não é o neo nome da arena. Não é o NR de Itaquera, que esse tem contrato e tempo de duração.

Mais do que Neo Química Arena ou Arena Corinthians, o nome disse é corintiano.

É ele quem não tem preço, não tem patrocinador, não tem diretoria, não tem oposição, não tem dívida, não tem casa: tem o valor de ser o que é.

Corintiano.

Inegociável.

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