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Espanha campeã de 2010 - La Fúria é Roja parte 5, a estreia com derrota no Mundial

A campeã mundial começou muito mal a trajetória na África do Sul, perdendo por 1 a 0.

Espanha 0 x 1 Suíça, primeira rodada na Copa de 2010
Espanha 0 x 1 Suíça, primeira rodada na Copa de 2010

Por Mauro Beting

O último amistoso espanhol antes do tardio embarque para a África do Sul foi contra a Polônia. Goleada por 6 a 0. Antes de a bola rolar na Copa, não havia time melhor entre os 32. Nem o Brasil eficiente de Dunga, nem a Argentina revigorada de Messi em campo e Maradona no banco, nem a Inglaterra badalada de Rooney e Capello.

A bola da vez era roja.

O melhor time. O melhor elenco. O melhor e mais bonito futebol. Mas... Ainda era a Espanha. Tanto que este escriba chutava para todos os lados, antes da estreia contra a modesta Suíça, em Durban: “A Espanha pode chegar à decisão. Mas, histórica e maldosamente, uma eventual final entre Espanha x Holanda terminaria com o terceiro colocado como campeão pela incapacidade de decisão de duas senhoras equipes”.

Pois é...

Desde a Euro-08, a armada espanhola vinha bem demais. Antes disso: desde fevereiro de 2007, eram 44 vitórias em 48 jogos. Apenas três empates (Islândia, Finlândia e Itália). E a zebraça da derrota para os Estados Unidos, na semifinal da Copa das Confederações de 2009. A Espanha ganhara 26 de seus últimos 27 jogos até estrear no Mundial. Nos minguados três empates, um acabou virando vitória nos pênaltis (contra a Itália, nas quartas da Eurocopa de 2008). Nas últimas 12 partidas antes do Mundial em 2010, a Espanha marcava mais de três gols por jogo, e sofria menos de um.

Mas a Copa é outra história. E começou como se fosse a tragédia de sempre.

Del Bosque montou a Espanha no 4-2-3-1, com David Silva e Iniesta pelos lados, Xavi por dentro, e a Suíça aferrada ao ferrolho num 4-4-1-1, com as duas linhas de quatro bem compactas e recuadas

A Espanha entrou nervosa além da conta. Mesmo com os suíços perdendo o zagueiro Senderos por lesão, substituído por Bergen aos 36 minutos, o time favorito errou todos os passes que costumava acertar, afunilou demais seu jogo contra oito ferrenhos defensores rivais. Ainda que mantendo 63% de posse de bola (chegou a ser 83% nos primeiros 20 minutos), ela não foi tão qualificada e intensa como de costume.

Para o jornalista André Rocha, “o que faltou foi a objetividade quando tudo parecia controlado. E calma e sorte quando nada dava mais certo”. O esquema era o mesmo dos últimos jogos. Um 4-2-3-1 bem entendido e ajustado, próximo à mexida tática que Guardiola havia utilizado nos meses finais da temporada do Barcelona, com Messi mais livre.

Mas faltava o gênio argentino. E faltava mais do mesmo engenho técnico e tático espanhol. Na cabeça da área, Marcos Senna já não estava tão bem no Villarreal, e nem convocado foi para a Copa. O volante Busquets fizera um baita campeonato pelo Barça e, pelo entrosamento com os companheiros, merecia a titularidade. Ele fazia boa parelha de volantes com Xabi Alonso, um que não marcava tanto, mas saía com qualidade à frente, e tinha um fabuloso chute de longa distância. Mas, contra a Suíça, não tinha espaço para ajudar o ataque. Derdiyok o seguia pelo campo. Em vez de marcar, Busquets era marcado. Como toda a Espanha.

Os laterais Sergio Ramos e Capdevilla não passavam, blindados pelos aplicados meias suíços. Poucas chances tiveram os espanhóis no primeiro tempo. A Suíça, ainda menos. Um time que não levara gol em quatro jogos na Copa-06. No decisivo, contra a Ucrânia, sofreu três gols na disputa de pênaltis, depois de 120 minutos de sono e pesadelos. Se não tomava, também não marcava: perdera os três pênaltis.

Mas, em Durban, aos sete minutos, num lance inenarrável, carambolado e esquisito, com pelo menos duas caneladas suíças, Gelson Fernandes fez 1 a 0, depois de um chutão do bom goleiro Benaglio. “Não sou artilheiro. Eu não esperava fazer um gol num time tão forte como o espanhol. Foi um lance de sorte” disse o jogador nascido em Cabo Verde.

Os fantasmas e traumas entraram em campo para assustar os espanhóis.

Torres, Jesús Navas e Pedro foram para campo e para o ataque. Pedro entrou aberto pela esquerda, Torres foi atacar com Villa, e a bola insistiu em não entrar na primeira zebra da Copa. Responsabilidade da boa marcação suíça, e de um gol lotérico, no contragolpe. Não adiantou. Até porque Iniesta ainda sofria com lesões e a falta de melhor ritmo. Ainda assim, foi quem mais tentou o jogo e a diferença. Ainda que tudo acabasse como sempre para espanhóis.

Na véspera da partida, o treinador alemão Ottmar Hitzfeld havia dito que “um dia iria acontecer” uma vitória da Suíça contra a Espanha. Foi a primeira. Seria a última derrota espanhola até a decisão, no Soccer City.

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