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Espírito da cláusula de liberação dá razão a Messi e escancara ‘duas caras’ do Barça

Permissão de sair de graça do clube era um reconhecimento ao jogador, valeu para Xavi e Iniesta, mas não valeu, em meio à pandemia, para Messi

Por Vitor Sérgio Rodrigues

O contrato de Messi com o Barcelona tinha uma cláusula que dizia que o jogador poderia sair do clube a custo zero quando bem entendesse, desde que avisasse isso até o fim da temporada, o dia 31 de maio. Qual o espírito dessa cláusula: depois de tudo que o argentino fez com o clube, de ter virado uma bandeira barcelonista nesses quase 20 anos, o Barça não iria obrigar ele a ficar lá sem desejar isso.

Essa é a intenção desse artigo estar no contrato (algo que não se tem notícia em nenhuma outra relação clube – jogador). E não era só com Messi. Puyol também tinha essa cláusula em seu contrato e não a utilizou porque se aposentou defendendo o Barça. Xavi também tinha e a utilizou para ir jogar no Qatar em 2015. E Iniesta fez o mesmo para ir jogar no Japão após a temporada 2017-2018. São exemplos claros de jogadores que saíram no momento em que não quiseram mais ficar no Camp Nou, cumprindo a lógica da existência dessa cláusula.

Quando o Barcelona alega que Messi perdeu o prazo para exercer a cláusula de liberação, que deveria ser em 31 de maio, mesmo havendo a pandemia de Coronavírus, o Barcelona está rasgando o princípio da existência da cláusula no contrato: ele está obrigando Lionel Messi a ficar no clube sem ter vontade. Isso não foi feito com Xavi, não foi feito com Iniesta. Mas está sendo feito com o maior jogador da história do clube. O princípio da existência dessa permissão foi rasgado totalmente, mostrando como o Barcelona está tendo “duas caras” na situação.

Messi pode ter sido ingênuo em acreditar no presidente Josep Maria Bartomeu, como defendeu o narrador André Henning no programa Último Lance desta sexta-feira? Sim, claro que pode. Mas para mim ficou feio foi para o clube ao se apegar à existência da pandemia para obrigar ao maior jogador de sua história a continuar defendendo suas cores contra sua vontade. Essa mancha será difícil ser apagada da história do Barcelona.

No fim, Messi vai ficar, a contra-gosto, por mais uma temporada no Camp Nou ainda que tivesse possibilidade (segundo alguns especialistas, muito boas) por não querer enfrentar uma batalha jurídica contra "sua casa". Terminar uma relação linda como a de Messi com o Barcelona assim não é uma vitória.

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