Estadual pode conviver com BR-20
Não há solução boa para 2020 com o calendário nacional que já era distante do ideal. E tem como disputar partidas dos dois torneios "ao mesmo tempo".
Por Mauro Beting
Uma das soluções para o calendário brasileiro passa por racionalizar os estaduais. Não exterminar, mas diminuir o número de jogos dos grandes, e espichar as datas por quase toda a temporada.
É o que dá para fazer. Como, agora, a solução de a bola retornar no SP-20 em 22 de julho é o que é possível para elencos que voltaram a trabalhar com ela no dia primeiro.
O fato de o SP-20 terminar num sábado, véspera do início do BR-20, não é problema e nem novo. Caso os finalistas do Paulistão estejam na Série A, jogam depois a rodada inicial.
Insisto: é o que dá pra fazer. E é algo que já aconteceu até demais no futebol brasileiro.
Teve jogo do Brasileirão em 1978 durante a Copa da Argentina. Era um absurdo. Mas teve.
O Corinthians saiu da fila de 22 anos sem títulos numa quinta-feira à noite, 13 de outubro de 1977, no terceiro jogo contra a Ponte Preta. No domingo dia 16 estreou em São Luís contra o Sampaio Correa, pelo BR-77.
O Santos jogou na mesma noite de 1965 uma partida semifinal de Libertadores em Buenos Aires contra o Peñarol e outra pelo Rio-São Paulo contra o Palmeiras.
O Grêmio em 1994 jogou três partidas seguidas pelo Gauchão. O São Paulo em 1994 jogou ao mesmo tempo uma partida pela Copa Bandeirante e outra pela Libertadores. Meses antes de fazer rodada dupla pela Conmebol e pelo BR-94.
Em 1999, o Palmeiras disputou uma semifinal de Copa do Brasil numa sexta, a primeira decisiva do Paulista no domingo, e a decisão da Libertadores na quarta-feira (para decidir o SP-99 no domingo seguinte).
É o ideal?
Jamais.
Mas, então, como agora, é o que dá pra fazer.
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