Eu, robô?
Fifa cogita uso de sistema tecnológico que poderá substituir assistentes já para a copa de 2022.
Por Péricles Bassols
Segundo noticiado pelo portal inglês Daily Mail, um sistema de " árbitro robô" já seria usado na próxima copa, no Catar, afim de substituir o AVAR (assistente do árbitro vídeo), visando agilizar e dar mais precisão à definição de um jogador em posição de impedimento. Cogita -se, inclusive, a possibilidade de uma copa do mundo sem bandeirinhas. Será?!
Hoje, quando o lance é muito ajustado, o processo necessita de um técnico para operar a tecnologia dentro da cabine do VAR, orientado por um bandeirinha designado principalmente para esta função.
O processo é lento para os padrões de exigência da FIFA, pois lances muito demorados suscitam dúvidas e questionamentos. Fora isso, apesar dos treinamentos, é possível que haja algum erro humano no posicionamento dos pontos que determinarão as linhas de impedimento.
Assim que o VAR foi introduzido no futebol, especialistas - inclusive eu, ainda atuante - questionaram quanto tempo mais de "vida" teriam os bandeirinhas?
A principal função deles, que era de assinalar o impedimento, agora pode ser avaliada no vídeo. Que mal, então, haveria em substituí-los por robôs?
Ainda não estamos no filme de Will Smith, em 2035, onde um robô é capaz de sentir. E o sentir, neste caso, é a questão fundamental!
Perceber o jogo, ler taticamente uma jogada, interpretar uma falta e ajudar o árbitro a controlar o jogo e antecipar seu deslocamento, são algumas das atribuições de um assistente moderno.
Sem falar na dificuldade de impedimentos interpretativos. Futebol é um jogo vivo e dinâmico e não um simples 2+2.
Menosprezar essas funções e robotizar os assistentes, ou pior, reduzí-los ao tracejar de uma linha feita por um robô pode ser o pior erro da FIFA neste episódio.