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Futebol de qualidade, com demissão toda hora, é missão impossível

60% dos clubes da Série A trocaram de treinador em 2020

Bahia x Palmeiras, no último sábado, teve um total de seis finalizações no gol. É muito pouco!
Bahia x Palmeiras, no último sábado, teve um total de seis finalizações no gol. É muito pouco! - Jhony Pinho/AGIF (1692)

Por Taynah Espinoza

O que antes era prazer, agora se tornou apenas obrigação. É o que eu sinto quando paro pra assistir o Campeonato Brasileiro. A quantidade de jogos fracos que temos visto ultimamente é impressionante. O famoso “medo de perder tira a vontade de ganhar”, que Luxemburgo diz há muito tempo, anda evidente. Inclusive do time dele, Palmeiras, que mesmo depois de uma semana de treinamentos não apresentou evolução contra o Bahia. O problema é que não é só o Palmeiras. É também o Palmeiras.

Não me parece ser um único motivo que determina esse futebol feio aqui no Brasil. São vários. Pra mim, os principais: a necessidade de vender jogador que se destaca toda hora; e a mudança de treinador quase compulsiva. É sobre esse segundo fator que eu quero falar hoje.

Dos clubes da Série A, 60% trocaram de treinador neste ano. Basicamente todos, com menos de 25 partidas no cargo. E assim vai seguir, infelizmente. “Essa é a nossa cultura”, dizem por aí. E queremos manter essa cultura? Isso nos traz bom futebol? Bons resultados dentro de campo? Não tá na hora de rever essa tal cultura?

Olha se não beira o surreal: Dorival Jr. tinha um contrato de dois anos com o Athletico. Foi demitido depois de 18 jogos. As últimas partidas foram quatro derrotas seguidas, sendo que em três delas, Dorival nem estava pois foi afastado diagnosticado com Coronavírus. Ou seja, na prática, foram 15 jogos. Com uma pandemia no meio.

Como queremos treinadores corajosos se eles podem ser demitidos em tão pouco tempo?

Com o cenário atual, faz sentido a postura que muitos técnicos têm adotado. Cautela. De novo, o “medo de perder tira a vontade de ganhar”. É medo de perder a partida por medo de perder o emprego. Você não reagiria da mesma forma se fosse o seu trabalho em jogo?

A cultura resultadista atrapalha muito todo o processo. Atrapalha quando você resolve que quer contratar um técnico estrangeiro só por ser estrangeiro porque viu o sucesso de Jorge Jesus, mas não liga muito pro estilo que aquele treinador tem. Atrapalha quando você vê o Carille campeão Brasileiro e resolve apostar no seu auxiliar também, sem saber se o que ele prega de futebol tem a ver com o clube e com os jogadores que você tem. Não dá pra ser assim.

Pelo bem do futebol brasileiro, é preciso mais profissionalismo e menos paixão. Mais razão e menos emoção. Ou então, vai ser cada vez mais difícil assistir um jogo por aqui por prazer e não por obrigação.

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