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Futebol respira no SP-20, e nós precisamos respirar fundo

Os times jogaram para ganhar na rodada final da primeira fase do SP-20 - e isso lamentavelmente é notícia no Brasil que desmorailizou o inacreditável e o que é crível em todos os campos (Como a Ponte Preta que, por minutos, esteve rebaixada, acabou se classificando, e ainda pode se campeã paulista...)

Por Mauro Beting

Vila Belmiro, 16h10, 7min de Guarani x São Paulo. Grande lance de Hernanes, um dos reservas do compreensível time alternativo escalado pelo classificado Fernando Diniz. Primeira chance de gol perdida pelo Tricolor sem os poupados (porque pendurados em cartões) Bruno Alves, Reinaldo e Vítor Bueno, os suspensos Daniel Alves e Tchê Tchê, e os preservados (Juanfran, Arboleda, Igor Gomes, Pablo e Pato) para as finais. Só Volpi em campo entre os titulares, também porque goleiro precisa mesmo de tempo de bola e ritimo de jogo. Tudo compreensível. Até pelo modo e apetite que os reservas são-paulinos mostravam desde o começo contra o intranquilo Guarani.

16h14, 11min em Santos, Everton fez de cabeça em belo contragolpe o gol que abriu o placar na Vila Belmiro. São Paulo 1 a 0. O Corinthians seguia empatando em Barueri contra o Oeste, e sofrendo mais do que se imaginava (ou tudo que não jogou em 2020). Os resultados combinados ainda classificavam o Bugre. Mas bastaria um gol alvinegro para o Timão conseguir aquilo que não se imaginava antes de a bola rolar depois da parada. Aquilo que muitos não queriam ver. Ou entendiam que tudo é arranjável no futebol. Negociável. Vendável. Ou imprestável mesmo.

16h33, 29min, Volpi fez uma belíssima defesa em cabeçada de Rafael em jogo que estava cada vez mais equilibrado. O goleiro são-paulino defendeu por ele e pelo maior rival. Não tem como ninguém discutir e exigir nada dos que estão em campo. Nem precisaria escrever por aqui.

16h36, 33min, pressão bugrina. Natural por ser um time com potencial, bem treinado, e que precisava do resultado em campo neutro (e sem torcida). Ainda mais normal a pressão sofrida por um time reserva, desentrosado, e, como todos, voltando agora do maior periodo de destreinamento de suas carreiras.

16h44, 41min, dois lances em sequência do Guarani, duas grandes defesas de Volpi. Ele estava sendo pelo São Paulo (e pelo Corinthians) o que Cássio havia sido mais uma vez pelo Timão, no Derby. E o que Jefferson Paulino seria um minuto depois em tiro longo de Helinho. As duas equipes jogando futebol e tentando se superar. E superar as desconfianças de um mundo mais doente do que a gente imagina.

16h47, 44min, Volpi soltou uma bola defensável para um ótimo goleiro como ele, ainda mais depois de três grandes defesas. Mas compreensível ára quem ficou quatro meses sem jogar. O Guarani buscou o empate merecido. E que ninguém cobre Volpi além da conta. O Corinthians precisa agora marcar dois gols em Barueri.

16h49, fim de primeiro tempo na Vila Belmiro. Enquato isso, Danilo Avelar fez de cabeça 1 a 0 Corinthians (na primeira chance alvinegra, depois de três chegadas perigosas do Oeste. Segue o Timão a um gol da classificação (desde que mantido o placar em Santos). E o futebol segue respirando.

17h11 - Aleluia! Com seis séculos de atraso, a FPF adota padrão internacional e recomeça o jogo da Vila Belmiro ao mesmo tempo em que a bola volta a rolar em Barueri, e também nas outras seis partidas que definem classificações e rebaixamentos. O intervalo acabou durante 22 minutos na Vila Belmiro.

17h14 - Gol de Helinho na bobeada defensiva bugrina, com 2min. Pela primeira vez o Corinthians estava se classificando para o mata-mata do SP-20. A parada de 130 dias já tinha um "vencedor" no SP-20. O Corinthians.

17h21, 9min, Volpi faz a quarta grande defesa, evitando o gol de Eduardo em bela tabelinha alviverde. O Guarani aperta e o São Paulo com problemas na entrada da área.

17h31, 19min, para variar Volpi, cara a cara, defesa espetacular.

17h32, 20min, Rafael Costa faz belo gol de voleio. Mas assistente marca impedimento inexistente em lance difícil. Que o VAR, que não existe nesta fase do SP-20, teria corrigido. Guarani prejudicado em um lance que devolveria a classificação ao Guarani.

17h34, 22min, Paulinho Boia (que tinha acabado de entrar) marca um golaço de fora da área, encobrindo o goleiro Jefferson, derrubando ainda mais o Guarani que tem como reclamar da arbitragem. Mas só dela. Tinha duas partidas para ganhar e se classificar. Perdeu as duas. O Corinthians, mesmo ainda jogando pouco, fez o suficiente para passar de fase em vez de passar a vergonha de não se classificar para o mata-mata. E, agora, mudar o chip. Não se pode jamais subestimar o maior campeão estadual, o atual tricampeão, e que nem precisou jogar tudo para ganhar mais do que todos.

E JAMAIS COLOCAR EM TANTA DÚVIDA A CREDIBILIDADE DAS PESSOAS.

(Mesmo em um campeonato e numa rodada em que a Ponte Preta, em questão de minutos, deixou de ser rebaixada para se classificar para as quartas...)

Precisamos ser tão criativos em campo quanto nossos cartolas fora dele.

17h57, golaço de Ederson, Corinthians fez 2 a 0 e se classificou.

O Guarani precisaria virar na Vila Belmiro.

18h. Não deu. Fim de jogo.

Não conseguiu.

E todo o futebol escapou com leves escoriações.

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