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Futebol x Pandemia: Volta Redonda projeta disputa da Série C, mas sofre para honrar salários: 'Abril a gente não tem a menor condição de pagar'

Clube carioca já recebeu auxílio da CBF, mas valor não será suficiente, se futebol continuar paralisado

Volta Redonda ainda terá disputa da Série C em 2020
Volta Redonda ainda terá disputa da Série C em 2020 (Foto: André Moreira)

Por Monique Danello

Depois de contar aqui no portal do Esporte Interativo a história do Madureira, que sofre com os impactos da Covid-19 e da paralisação do futebol, surgiu a ideia de criar uma série de reportagens, passando por todos os clubes que disputam o Campeonato Carioca de 2020. Na 'Futebol x Pandemia' vamos mostrar os desafios de cada equipe para tentar sobreviver ao coronavírus. O Volta Redonda foi o primeiro clube a nos atender. Nossa reportagem conversou por telefone com o vice-presidente Flavio Horta Júnior.

A continuidade do Campeonato Carioca é importante para o Volta Redonda, que também se planeja para a disputa da Série C do Campeonato Brasileiro. Com a vaga na Terceira Divisão definida, o clube começou a temporada mais estruturado em relação aos contratos dos jogadores. A maioria tem contrato mais longo e os que chegaram para a disputa do estadual trabalham com cláusula de renovação automática. O elenco não será um problema, quando a disputa for retomada no Rio de Janeiro. A principal preocupação é financeira.

"O mês de março a gente pagou integral, mesmo estando 15 dias parados. A conta de salário a gente tem feito mais preocupado com o ano do que com o mês de abril. Estamos entendendo o que teremos de impacto de perda de patrocínio e de receita. Todo mundo terá que ceder um pouco, a gente para o patrocinador, o atleta para o clube. Essa conta é anual, quanto perderemos no ano. O fato é que abril a gente não tem a menor condição de pagar, como pagou março", analisou o vice-presidente do clube.

Sem contar com os atletas das categorias de base, o Voltaço tem um quadro de funcionários que chega na casa de 100 profissionais. Além das cotas de televisão, os patrocinadores do clube também são uma fonte de receita importante. Com a crise econômica causada pela Covid-19, alguns parceiros já procuraram o clube tentando renegociar os pagamentos.

"A cota de televisão ainda não foi paga, o que dificulta muito o nosso cenário atual. A gente tem pelo contrato cotas de TV pagas até abril. Com isso, a gente estipula com nossos patrocinadores o pagamento a partir de maio, por fluxo de caixa. Com a receita vinda desses patrocinadores e de bilheteria a gente leva o resto do ano. Alguns patrocinadores já informaram a dificuldade dos pagamentos, estamos conversando para tentar encontrar o meio termo. As perdas são grandes, consideráveis, 40% do que a gente teria que receber ao longo do ano. Temos contratos, contas chegando, é preocupante", explicou Flavio Horta Junior.

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Como está classificado para a disputa da Série C de 2020, o Volta Redonda entrou na lista dos clubes que receberam auxílio financeiro da CBF. O pagamento no valor de R$200.000 já foi feito pela entidade, mas não será suficiente, caso o futebol siga paralisado.

"A CBF disponibilizou uma verba emergencial em cota única. A gente sabe que é insuficiente, mas a sinalização de preocupação com a saúde financeira dos clubes é importante", afirmou o dirigente.

Assim como todos os eventos esportivos no Brasil, a Série C não tem data para começar. A tendência é que o Campeonato Carioca seja retomado antes. O Volta Redonda também quer que o estadual seja encerrado em campo, desde que com segurança para os profissionais. Além dos problemas financeiros, tem também uma questão envolvendo o estádio Raulino de Oliveira, que se transformou em hospital de campanha, para o auxílio no combate ao coronavírus. Com a retomada do Carioca, provavelmente sem público, o clube estuda até a possibilidade de fazer uma das partidas no CT João Havelange, em Pinheiral.

"A gente tem uma sensação aqui que o Carioca vai ter uma facilidade de retorno antes que os torneios nacionais, por questão de logística. Quando a Série C começar, esperamos que o Raulino já esteja disponível, mas temos um jogo contra o Resende, pelo Carioca, ainda. A ideia é conversar com a Federação para fazer em Pinheiral, no CT João Havelange. Se não for possível, a Portuguesa e o Boavista também já nos ofereceram o estádio. Nossa relação com os clubes é boa, se a gente precisar, não teremos dificuldade", afirmou o vice-presidente Flavio Horta Júnior.

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