Por Fred Caldeira
No não tão paralelo universo do futebol europeu, a única mudança prática executável no momento foi tomada: a tragédia que seria uma Eurocopa disputada em 12 sedes neste ano foi adiada para 2021. Entre as tantas interrogações que as próximas semanas e meses projetam, existe agora um espaço no calendário para a conclusão das ligas nacionais e continentais - caso a crise do coronavírus seja controlada, claro.
Em meio à pandemia que todos evitamos respirar, o futebol é um detalhe quando se coloca o entretenimento sob a ótica da saúde pública. Mas, enquanto uma indústria gigantesca, os infindáveis impactos econômicos são desesperadores e, como em toda crise, sofre mais quem está em maior vulnerabilidade. Se para o Manchester United o cenário tem contornos de preocupação, imagina para os clubes da quarta divisão inglesa? O vendedor de tortas na porta do estádio depende mais da partida do que os jogadores que entrariam em campo.
Parâmetros históricos ajudam no balizamento de decisões, em repetir o que deu certo e repensar o que deu errado. Relembrar a gripe espanhola pode trazer esboços, mas sabemos que o mundo e o futebol eram bem diferentes há um século. Estamos diante do inédito, portanto. Se o desafio é histórico, que tenhamos essa grandeza. O esporte deve esperar.