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Jorge Jesus e a sinceridade

Treinador do Flamengo é assim. Fala na cara, e, por tabela, às vezes machuca. Mas o que ele disse é algo que o futebol tem falado.

Jorge Jesus coloca o dedo e abre feridas, apontando o favorito
Jorge Jesus coloca o dedo e abre feridas, apontando o favorito - IG ESPORTE

Por Mauro Beting

Quem fala o que pensa não pensa no que fala. Sinceridade nem sempre é virtude. Ainda mais em meio cada vez menos "verdadeiro".

O que o treinador do Flamengo falou depois da emocionante e merecida vitória contra o bravo Fluminense da segunda etapa na semi da Taça Guanabara é o que qualquer analista, treinador, torcedor, traves e bolas brasileiras sabem; o Flamengo está mesmo em outro patamar.

E com potencial para estar ainda mais em 2020.

Quando Jorge Jesus fala o que falou dos estaduais (e não apenas o RJ-20) é o que se tem visto, e nem sempre se admite. Não é prioridade rubro-negra. E não é mesmo institucionalmente para o Flamengo. Para o bem e para o mal.

Ele não me pareceu desprezar o futebol brasileiro (que por se vezes se depaupera sozinho). Ele deu a real. Também realmente espetou e espezinhou rivais. Registre-se: do mesmo modo como tem sido bombardeado desde que chegou. Sobretudo por coleguinhas de ofício brasileiros. Com ou sem razão. Usando a cabeça ou o cotovelo.

Soberba? Não me parece. Até porque o real JJ é esse, não o que se conteve (e foi contido) para não responder às portaluppices habituais de Renato em 2019.

Arrogância? Um pouco. Mas, de fato, se comentarista fosse, JJ falaria o que falou no pós-jogo. O que Odair falaria se fosse Flamengo com esse baita elenco e não tivesse perfil mais baixo que o colega português.

Não sou dos que gostam de cantar vitória, cacarejar vantagens, gargantear feitos. Mas não é crime o que ele faz. A não ser alguns contragolpes abaixo da linha da cintura e do nível recomendável. Faz parte do jogo. Das jogadas mentais. Ainda que alguns pareçam não terem sido pensadas.

Provocou? Se tem estofo, aguenta o tranco. Sem mimimi.

Entendo que para defender não é necessário atacar. Um dos tantos problemas brasileiros têm sido esse: para defender ideias. em vez de acender lâmpadas, atacamos napalms nos pensamentos contrários, bloqueamos o debate, empobrecemos.

Mas a reação às ações mais duras, o contragolpe aos ataques (gratuitos ou caríssimos), podem ser do tom que JJ elevou.

Ou rebaixou.

Segue o jogo. E o direito à livre expressão. Não pressão para falar apenas o que é esportivamente correto.

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