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La Fúria é Roja Parte 9 - Espanha campeã mundial 2010: 1 x 0 Paraguai

Nas quartas-de-final no Ellis Park, mais um sufoco espanhol.

Espanha 1 x 0 Paraguai
Espanha 1 x 0 Paraguai

Por Mauro Beting

Doze do segundo tempo no Ellis Park, de Johanesburgo: num intervalo de exatos dois minutos, o atacante Cardozo bateu o pênalti desnecessário cometido por Piqué, defendido por Casillas que não deu rebote; a Espanha foi ao contragolpe e o árbitro Carlos Batres (Guatemala) marcou uma falta ainda menos pênalti sobre Villa para a Espanha. Pênalti que Xabi Alonso bateu no canto esquerdo e fez o gol que... o árbitro não validou: mandou retornar a cobrança, por invasão dupla da área (como deveria ter feito no pênalti desperdiçado pelos paraguaios). Na segunda cobrança, Alonso mudou o canto, o goleiro paraguaio Villar, também; no rebote da bela defesa, Fábregas tentou driblar o goleiro e foi derrubado. Foi o único pênalti indiscutível. O único não marcado.

A “decisão por pênaltis” foi disputada durante a própria partida dura e mais marcada que jogada – como era de esperar pela aspereza do time paraguaio. Uma vez, mais, porém, havia como se exigir mais dos espanhóis. O jornalista André Rocha entendia o porquê da apertada (porém justa) vitória: um possível exagero no toque de bola. Justo a melhor virtude da equipe.


- O time troca passes, fica com a bola nos pés, costura as jogadas demais e chuta pouco. A estratégia se justifica pela técnica apurada dos componentes do setor ofensivo e também porque afasta o oponente de sua retaguarda. Ainda assim, ao menos os chutes de fora da área de Xabi Alonso podiam ser mais explorados. Mas o time prefere tocar, tocar, tocar…

Fernando Torres seguia mal. Del Bosque tentava ajudá-lo: abriu o Niño mais à direita, para aproveitar o talento, a raça, a inteligência, o faro e a fase de Villa. O camisa sete atuou mais centralizado, como pedia a bola e a lógica. Porém, o esquema voltaria ao usual com a excelente marcação sul-americana, que mal dava espaços.

No primeiro tempo, Torres começou à direita e Villa como único atacante no 4-2-3-1 espanhol.

De bom, mesmo, na primeira etapa, uma boa trama paraguaia num tiro de Santana, aos 4 minutos, e um tiro longo de Xavi, de fora da área, por sobre a meta, aos 28. Num lance que exprime o melhor do excepcional todocampista catalão, na definição de um de seus maiores fãs. Fala Carlos Alberto Parreira: “O Xavi sempre consegue se desmarcar e atuar às costas dos volantes adversários. Além da velocidade de raciocínio, ele é muito rápido e objetivo. Recebe a bola e já vira em direção ao gol”.

Faltava isso a ele e a Iniesta em quase todo o jogo amarrado e chato. Mais que os exaustos paraguaios, os espanhóis pareciam estafados. Mas a partida pegou fogo quando os goleiros pegaram os pênaltis. O jogo ficou a caráter para a Espanha desde então. Sobretudo a partir da entrada de Fábregas e Pedro, e o recuo de Xavi como o pensador no lugar de Xabi Alonso. Sem Torres, com Villa centralizado, Pedro, Iniesta e Fábregas articulando e se mexendo, a Espanha foi crescendo, também pelo definhamento físico paraguaio, que vinha de duríssima (em todos os sentidos) partida sem gols e sem futebol contra o Japão, vencida apenas nos pênaltis, nas oitavas-de-final.


A Espanha começava a empilhar gols perdidos num jogo que fedia à prorrogação até um lance típico virar gol. Clássico não apenas pela qualidade da troca de bolas, de Iniesta a Fábregas a Xavi que, de costas, descolou Iniesta livre para servir Pedro solto à direita. Seria um golaço não fosse a sorte que parecia não querer tabelar com os espanhóis em mundiais. O tiro seco e cruzado explodiu na trave direita. O rebote caiu aos pés de Villa, que tentou a sorte do outro lado. A bola se chocou na outra trave. Mas, desta vez, para correr sobre a linha, ainda bater na trave direita mais uma vez, até morrer dentro do gol paraguaio. Matando do coração mais torcedores dos dois lados do Atlântico.


Sintomático gol espanhol. Tinha de ser sofrido. Tinha de ser lindo. E ainda teve mais drama, quando, aos 43 minutos, Barrios escapou em inexplicável contragolpe no mano a mano e chutou para Casillas bater roupa; na sobra, o goleiro madridista se recuperou fechando o ângulo com categoria no toque de Santa Cruz. Foi o último lance paraguaio na Copa.

Era a primeira vez que a Espanha chegava entre os semifinalistas de um Mundial desde 1950.

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