Levou VARtagem?
O conceito de “vantagem no impedimento” que tínhamos antes VAR foi completamente desconstruído e precisa ser repensado.
Por Péricles Bassols
A vantagem mostrada pelo VAR no gol anulado de Luciano, do São Paulo, contra o Atlético, expôs algo que nunca nos incomodou ou nos fez questionar a regra especificamente neste ponto. Quando o software que estabelece os pontos e traça as linhas nos mostra milímetros de diferença em um posicionamento momentâneo, nos perguntamos: qual vantagem de fato um atleta teve sobre o outro?
Principalmente em situações finais de campo- dentro da área- onde quase não se tem mais que correr, apenas finalizar, essa pergunta não encontra resposta.
Nos idos de 1863, quando o impedimento foi implementado, o objetivo era acabar com a burla de "ficar na banheira" apenas esperando a bola ao lado dos gols para marcar o tento. Além de tirar a emoção, criava grandes espaços vazios no campo, prejudicando o andamento do jogo. Na época, para não estar impedido, a regra dizia que tinha que ter até 4 jogadores entre a bola e linha de fundo. Isso foi diminuindo na busca por mais gols até chegarmos à famigerada mesma linha.
Ontem, no Atlético X São Paulo, tivemos o maior exemplo de que precisamos repensar esta regra do jogo. A revisão do VAR anulou o gol tricolor por milímetros difíceis de serem vistos e compreendidos.
Mesmo quem é fã, entende a ferramenta e defende o uso do VAR - como eu - ficou incomodado. Mas por quê??
Resposta:
1- Transparência: Como vocês operaram a tecnologia? O que foi dito? Por que nada disso é mostrado?
Ps: Essa questão se relaciona muito com o texto anterior que escrevi e que segue no link abaixo:
https://www.esporteinterativo.com.br/blogs/Aumenta-o-som-CBF-20200902-0024.html
2- Tecnicamente: sinto falta de saber quais foram os pontos técnicos que fizeram o árbitro chegar à decisão.
Para solucionar o impedimento de milímetros sem real vantagem temos algumas soluções sendo pensadas ao redor do mundo. Só acho que elas precisam ser tratadas com urgência. O futebol precisa reagir rápido. Ele não pertence aos árbitros, pertence ao povo que o ama , vive e consome.