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Lição de irmão mais velho

O que o Rugby pode ensinar ao Futebol?

Por Péricles Bassols

Ao se separar definitivamente do "football", em 1863, por não aceitar a retirada da condução da bola com as mãos da regra do jogo, futebol e rugby seguiram cada um para um lado, como irmãos que se desentenderam e não queriam mais se falar. Eu pediria hoje que "fizessem as pazes", por favor!!!


Precisamos falar de VAR, ou de TMO (Television Match official), o VAR deles.


Neste último sábado, tivemos a final da Copa do mundo de Rugby no Japão. Um sucesso!!

Primeiro cartão vermelho do mundial de Rugby e com ajuda do TMO (VAR)
Primeiro cartão vermelho do mundial de Rugby e com ajuda do TMO (VAR)


Precisamos das lições que nosso "irmão mais velho" aprendeu. O Rugby começou a usar a ferramenta do vídeo em 2001 e, por isso, naturalmente tem mais experiência que o "irmão mais novo".


Não estou dizendo aqui que o TMO é unanimidade entre seus adeptos e fãs, ou que as decisões com vídeo por lá são 100% unânimes, muito menos imunes a críticas, uma vez que o aspecto essencial da interpretação do árbitro permanece. Estou focado basicamente na maneira como se desenvolvem as comunicações em torno das decisões.


O que fazem por lá é um show de transparência essencial para o nosso futebol e faria muito bem ao Brasil, onde o descrédito das instituições e a dúvida sobre a idoneidade das pessoas é viral. Como que o momento de pausar um pé tocando a bola ou a eleição de um ponto referência nos corpos dos jogadores, bem como diálogos fechados dentro de uma cabine escura como a do VAR, não iriam recair nas maiores suspeitas?


Somado a isso, a função de árbitro de futebol, em especial, por motivos históricos, sofre aqui também do esteriótipo do incompetente. Afinal, se a tecnologia não pode errar, pois é tecnologia...está claro: só podem ter sido eles, aqueles incompetentes, despreparados fizeram algo de errado. E de propósito, só pode, esses ladrões!


A diferença entre a maneira que encaram e questionam o VAR aqui e em outros lugares está diretamente conectada a este histórico cultural de descrença nas instituições e nas pessoas.


Enquanto na Inglaterra, Salah, atacante do Liverpool, critica o VAR por ser " MUITO JUSTO", aqui o técnico Vanderlei Luxemburgo afirma que quem está dentro da cabine pode colocar a linha da tecnologia onde quiser, sugerindo que a tecnologia pode ser manipulada a depender da intenção de quem opera.

Uma das vezes em que a tecnologia de linha gerou polêmica durante o Brasileirão
Uma das vezes em que a tecnologia de linha gerou polêmica durante o Brasileirão


Como amenizar isso?? Pergunte ao irmão mais velho. O Rugby tem a resposta!


Lá o árbitro principal carrega um microfone na lapela, que possibilita a todos no estádio e em casa escutarem o que ele fala com os jogadores, enquanto corre pelo campo, e com sua equipe, quando tem alguma revisão a fazer.


Ali mesmo no campo de jogo, como se fora um "fórum aberto", enquanto deliberam sobre o ocorrido olhando para o telão do estádio junto com torcedores, jogadores, técnicos e telespectadores de casa, todos escutam os argumentos usados para a tal decisão bem como vêem as mesmas imagens que eles estão vendo... Um show!!


Cabe à FIFA/BOARD agora entender que nem todos os países são a Inglaterra e liberar áudios e imagens, pois em países onde a sensação de que a arbitragem já era uma caixa preta, o VAR, da maneira que está, é a caixa preta por cima da caixa preta.


No Brasil, a arbitragem tem que ser, parecer e transparecer honesta a toda rodada. Mais que a mulher de César.

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