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Messi não ir à apresentação é compreensível, mas o silêncio, não

Pensando com os argumentos de Messi, ele não faltou à apresentação do Barça, mas não ter falado nada até aqui expõe o craque argentino

Uma linda história dessa não pode ficar com Messi em silêncio por tanto tempo
Uma linda história dessa não pode ficar com Messi em silêncio por tanto tempo

Por Vitor Sérgio Rodrigues

Lionel Messi não compareceu aos exames de Covid realizados pelo Barcelona no último domingo e, logicamente, não esteve na reapresentação do grupo de jogadores no dia seguinte, no início da preparação da equipe para a próxima temporada. Olhando todo o cenário desse fim de relação entre Messi e o Barça, a ausência do jogador é totalmente compreensível. O que não dá para entender e defender é o silêncio do Camisa 10.

A linha defendida por Messi e seu corpo de advogados é que o jogador cumpriu o que estava previsto em seu contrato ao comunicar ao clube que deseja a rescisão ao fim da temporada (no calendário impactado pela pandemia). Assim, no entendimento da defesa de Messi, o compromisso dele com o Barça terminou no momento em que o clube recebeu o (agora folclórico) Burofax (que nada mais é do que uma carta com aviso de recebimento) há 10 dias.

Conversando com quatro especialistas em direito esportivo, todos disseram que, pela estratégia adotada pelos advogados de Messi, o correto era ele não se apresentar nem para os exames e, muito menos, para os treinos. Se o argentino comparecesse na data marcada, ele passaria a mensagem que ainda tem vínculo com o Barcelona. Isso enfraqueceria o caso dele diante de uma possível disputa judicial.

Reparem que eu não estou dizendo que Messi tem razão em usar a cláusula de saída do Barça a custo zero. Não conheço o caso, não sei os detalhes do contrato, não sei qual a linha de argumentação do jogador ou do clube. Só estou dizendo que, na visão de Messi, ele não faltou ao treino. Segundo o que Messi acredita e defende, ele hoje está “desempregado”, logo, não tinha que ir ao CT do Barça para nada.

Esclarecida essa “visão jurídica” desse caso, para mim Messi erra feio em outra questão: o silêncio. O argentino é o maior jogador da história do Barcelona, um ídolo para uma geração inteira e alguém que não terá sua carreira manchada por querer deixar o Camp Nou. Mas por tudo isso que foi escrito, Messi não poderia ficar em silêncio por tanto tempo como está.

Até aqui, as únicas palavras ditas por Messi ao terminar a sua histórica passagem pelo Barcelona são as que compõe o burocrático texto do Burofax enviado ao clube (reproduzido ao lado, em espanhol). Dizer que “agradece às oportunidades de crescimento pessoal e preparação profissional, que esses aprendizados o ajudaram a formar seu caráter como jogador e como homem, mas que por um decisão pessoal tomou essa difícil decisão de deixar o clube” é pouquíssimo para o que ele representa. Ainda que não queira expor o clube, Messi tem muito a dizer sobre motivos, razões e circunstâncias que o fizeram mudar os próprios planos de se aposentar no Camp Nou, além de se tratar do capitão da equipe.

Atualmente, qualquer pessoa pode falar ao vivo com todo o planeta via dezenas de aplicativos e/ou redes sociais. Qualquer TV do mundo daria o espaço que Messi necessitasse para falar com seus fãs sobre a decisão de deixar o Barcelona. Falta de oportunidade e/ou espaço para falar não é. É difícil compreender o silêncio de Messi nesse momento. Até aqui, Messi está deixando o Barcelona e virando as costas para os seus fãs.

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