O escudo do seu time vai mudar. Mais cedo ou mais tarde
Athletico-PR ousou quando resolveu mudar radicalmente sua identidade visual. Vila Nova e Atlético-GO fizeram parecido agora, assim como o América-MG. É um caminho sem volta!
Por Bruno Formiga
Não tem jeito. Marcas mudam com o tempo. Atualizam sua comunicação, correm atrás do consumidor. Um constante processo de adaptação e evolução. Clubes de futebol não fogem muito disso. São produtos também. E volta e meia precisam de um tapa no visual.
O Athletico-PR radicalizou em 2018, quando anunciou alteração na grafia do nome e mudança profunda no escudo, no uniforme e em toda a identidade visual do clube. Adotou uma linha moderna, futurista e minimalista. Fez o que a Juventus já tinha feito na Itália e o Botafogo, pasmem, na década de 1940.
Mudanças nos escudos são comuns. Mais ou menos profundas, todos os times já passaram por alterações. E esses símbolos muitas vezes traduziram fusões, trocas de comando, rupturas. Normalmente andaram de mãos dadas com o período, com o contexto social.
Pois bem. A época agora é de comunicação frenética, conexão, interações e engajamento. Clubes plugados diretamente com o torcedor e brigando por atenção em timelines concorridas e cheias de informações.
O jogo, por si só, não basta. O apaixonado quer mais. Quer torcer e também consumir mais.
E as vezes menos é mais - pelo menos na aparência.
A Futbox é uma empresa especializada em design esportivo e responsável pelas mudanças recentes no América-MG, no Vila Nova e no Atlético-GO. Cada um tinha uma meta. Mas todos queriam atualização na forma.
"A marca de um clube constitui um ativo estratégico e deve ser gerida com o objetivo de capitalizar todo o seu potencial de valor, real e percebido. Uma das possibilidades para um clube de futebol conquistar esse potencial é trabalhar o conceito dos 3Ts - Tradição, Torcida e Troféus em seu marketing e alimentar todas as suas ações, comerciais e institucionais, a partir dessa metodologia", acredita Adriano Ávila, fundador da Futbox.
A mudança de escudo faz parte de um processo. Nem todos necessariamente precisam ir pelo caminho de Athletico e Atlético-GO. Revitalização, leveza do traço, troca de largura por vezes servem para uma comunicação mais limpa, mais direta e melhor aplicada nos produtos (o Atlético de Madrid fez algo aassim recentemene).
O fundamental, porém, como reforça Adriano, é que a entrega final precisa fazer sentido para o torcedor. Fora disso não vale a pena mudar.
"É uma tendência (essa modernização). Pela questão mobile. O acesso e consumo de informação multiplataforma. É inevitável que esse refinamento gráfico aconteça", explica Adriano Ávila.
A Futbox também tem convencido clubes a investirem em marcas próprias paralelas. Como se o time fosse um em campo e outro no ambienta virtual. O Vila Nova criou a V43 e o América tem agora a Sparta.
O caminho é sem volta. Aqui e lá fora.
Prepare-se. Mais cedo ou mais tarde o seu clube vai mudar (como já mudou no passado) de visual. E provavelmente vai ser para bem melhor.