O exemplo que o futebol não dá
Última rodada do Brasileirão teve 60 desfalques por Covid-19, além de dois treinadores afastados cumprindo isolamento
Por Taynah Espinoza
Quando a CBF e os clubes iniciaram o movimento pra voltar com o futebol brasileiro durante a pandemia, o que mais ouvimos era como a esporte poderia ser exemplo pra sociedade e como era seguro o protocolo desenhado por médicos e especialistas pra diminuir a possibilidade de infecção. Passados praticamente quatro meses, o que vemos são campeonatos que podem ser definidos pelos desfalques relativos ao novo coronavírus, tamanho o número de profissionais infectados nas equipes.
Logo na 1ª rodada do Brasileirão, já teve problema com a falta dos resultados dos exames por parte do Goiás, o que acarretou no adiamento da partida com o São Paulo já em campo aguardando o adversário. Exemplo?
Na sequência, surto de Covid no Flamengo, que chegou a ter 27 profissionais, entre jogadores, membros da comissão técnica e dirigentes contaminados pelo vírus. No Santos, o novo coronavírus atingiu não só 17 profissionais do time masculino como 22 no feminino. O último clube a passar por essa infecção em grande escala foi o Palmeiras, que chegou a ter 19 desfalques por testarem positivo.
Como esses números podem ser exemplo pra sociedade?
Eu entendo as necessidades financeiras dos clubes. Ficar sem jogar é perder dinheiro. Tem sido assim em praticamente todas as profissões. Não cobro radicalismo ou a paralisação do campeonato. Realmente é uma situação complicada pro mundo inteiro. Mas será que o tal protocolo, tão seguro, está realmente sendo seguido pelas equipes? A CBF tem cobrado e fiscalizado o cumprimento das regras? Ou tudo foi feito só pra ficar bonito na hora da explicação?