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O gol de Belletti, e o "último" jogo do Ronaldinho Gaúcho na final de 2006

Barcelona 2 x 1 Arsenal. A decisão de 2006 em Paris, hoje, na TNT, Facebook do Esporte Interativo e EIPLUS.

O gol de Belletti em 2006
O gol de Belletti em 2006

Por Mauro Beting

Transmiti esse jogo pela Band, na parceria com a Topsports, empresa que criaria no ano seguinte o Esporte Interativo. Luciano do Valle narrando. Ele me chama antes da cobrança de falta para o Arsenal já com 10 em campo. Eu digo que era a maior chance do clube londrino. Porque na bola parada não tem inferioridade numérica no ataque. E que Campbell era ótimo no jogo aéreo...

Bola na área, gol de Campbell, de cabeça. Luciano, como sempre, amigo querido e companheiro exemplar, fez a maior festa. Desta vez eu merecia.

Mas tinha alguém que merecia algo mais. O craque Neto, outro amigo querido e colega ainda mais. Ele já estava na Record. Mas vivia detonando Belletti. Além da conta.

E a Europa sabe o que o lateral fez quando saiu do banco blaugrana. Marcou seu único gol pelo Barça. O gol do título em Paris.

O que fiz enquanto Luciano gritava o gol? Liguei pro celular do Netão e gritei "chuuuupaaaaaaa, gol do Belletti!" Ele estava no avião indo fazer Flamengo x Vasco pela Copa do Brasil. Me ligou rindo quando pousou. Porque Neto é isso. Corneta. Mas tem um baita coração. Diga-se de passagem.

Mas isso tudo não é só o que lembro do jogão que TNT, Facebook do Esporte Interativo e EIPLUS vão passar hoje, 16 horas.

A conquista do bicampeonato do Barcelona teve muito mais. Também porque o então melhor time do mundo quase não foi o melhor da Europa (como também não seria o melhor do mundo em dezembro ao ser derrotado pelo Inter de Gabiru). E olha que o campeão da Liga 2005-06 enfrentou um Arsenal que atuou desde os 17min com um jogador a menos - justo o Lehmann que havia ajudado a criar a barreira do time dez jogos com a meta invicta. Numa infelicidade do árbitro, que marcou falta antes do gol de Giuly, e expulsou o goleiro em discutível decisão (Eto’o estava indo em direção à linha de fundo, e não para a meta, pela orientação da Fifa).

Mas indiscutível foi a partida do Arsenal. Soberba. Uma aula de aplicação tática, física, emocional, e mesmo técnica. Um time que marcou com dez jogadores que sabem o que fazer com a bola. Tanto que impediram o grande jogo do Barça, que enfiou o Gaúcho entre os zagueiros no primeiro tempo, perdeu o foco com o mais que previsível gol de cabeça do gigantesco Campbell, e quase perde tudo nos gols criados e perdidos por Henry - ou, melhor, espetacularmente defendidos por Valdés, que foi enorme. Como Belletti, que finalizou uma das duas proezas de assistências feitas por Larsson. Outra solução de banco que deu a vitória ao melhor time. Mas que não foi melhor em Paris.

É próprio das grandes equipes: conseguem grandes vitórias até quando não jogam grande. Mas não jogaram porque o Arsenal não deixou. Foi a típica decisão onde o futebol já venceu com duas equipes excelentes que não tinham perdido na Liga. O derrotado em Paris não foi um perdedor. Foi um dos vices mais campeões da Liga.

Em uma partida que não teve um grande Ronaldinho Gaúcho. “Apenas” deu o passe para Eto’o ser derrubado pelo expulso Lehmann, na primeira etapa. Atuou como centroavante no primeiro tempo, para deixar Giuly e Eto’o mais recuados, pelas pontas. Depois, rodou mais pelo campo, tentando se desvencilhar de Gilberto Silva, e da excepcional marcação inglesa. Fez uma ou outra ronaldice, mas muito pouco pelo seu talento. Não tivesse Larsson criado dois lances quando o Arsenal estava melhor em campo, mesmo com dez, as manchetes seriam divididas entre o valoroso e vibrante time londrino e o Ronaldo Amarelinho. Injusto e absurdo. Mas tão factível como as loas e broas para Belletti, o improvável herói catalão.

Do mesmo modo existem desde então cornetas e trombones soando alto em Highbury contra Henry, que teria sido impregnado pela camisa amarela do Arsenal. Em dois lances frente a frente, o espetacular atacante francês parou nas mãos surpreendentemente seguras de Valdés. Na segunda delas, pouco antes do empate, Henry pareceu cansado. Como, de fato, estava pregado por correr e jogar e ainda encantar sozinho. Henry não conseguiu fazer o dele, mesmo dando a bola na cabeça de Campbell. Mas, mesmo isolado, Henry jogou por três. E, para mim, jogou melhor que qualquer outro em Paris. Henry foi o melhor, mesmo não atuando na melhor equipe, mesmo jogando isolado no 4-4-1 do Arsenal (depois da expulsão). Só não fez ainda mais porque Valdés teve a partida da vida.

Mas é ele quem está pagando as contas por um chute mal dado. Como Gaúcho seria cobrado se não desse Barça. Como, infelizmente, Ronaldinho jogaria mal a Copa de 2006. E, desde então, pouco se veria daquele monstro.

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