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Quarentena contra o racismo também

Em protesto, time de Roraima entra em campo de máscara e abandona jogo pelo campeonato estadual. A atitude radical mostra que jogadores têm força de mobilização e podem mais. Muito mais do que apenas o combate ao coronavírus.

Por Bruno Formiga

O futebol está paralizado em todo o Brasil. Torneio atrás de torneio, as federações e entidades foram suspendendo jogos e cancelando tabelas. Roraima foi um dos últimos lugares a decidir parar. E viu no dia 17 de março um protesto definitivo para pausar tudo. Um lembrete de que jogadores podem se mobilizar por causas maiores.

O Baré entrou em campo com máscaras e luvas para enfrentar o São Raimundo, pela quarta rodada do primeiro turno do estadual. Assim que o árbitro apitou, os atletas ficaram parados e deixaram o gramado. Partida encerrada. E campeonato também.

A decisão em equipe foi determinante. E simbólica.

Gera também uma reflexão.

Mas a questão é: Por que diabos os jogadores não agem assim em assuntos tão graves, sérios e urgentes quanto o coronavírus?

O racismo é um exemplo claro. Um vírus antigo, espalhado no mundo todo e ainda sem vacina. Uma pandemia que as entidades nunca conseguiram controlar. E que muitos jogadores ainda ignoram.

Já vimos no Brasil, em Portugal, na Itália, na Ucrânia, na Espanha. Escolha o país. Escolha o episódio. Tem todo mês. Em todo lugar.

Muitos alvos ignoram ou dão entrevistas revoltadas após os jogos. Outros, ainda raros, respondem em campo, xingam os ofensores e tentam deixar o campo.

Mas o padrão tem sido o mesmo. Árbitros que punem a vítima e companheiros que tentam impedir o jogador humilhado de sair do gramado.

Ainda não houve um gesto forte e definitivo para dizer basta, como fizeram os jogadores em Roraima. Sair de campo na próxima demosntração de racismo é tão necessário quanto ficar em caso em tempos de coronavírus.

A única forma de mostrar ao povo que a tolerância com o intolerável acabou é deixando o campo vazio. Jogadores não deveriam aceitar que companheiros fossem ofendidos. Como jogadores não deveriam aceitar que federações marcassem jogos enquanto o mundo entra em quarentena.

É bem simples de entender.

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