Sorteio abre o caminho, mas aumenta a cobrança sobre o PSG

Teremos um time que nunca foi campeão da Champions League na decisão do dia 23 de agosto em Lisboa. O sorteio do mata-mata do maior torneio de clubes do mundo colocou do mesmo lado da chave os quatro times que já estão classificados para as quartas-de-final: Atalanta, Atlético de Madrid, PSG e RB Leipzig.

Assim que as bolinhas foram sorteados em Nyon, na Suíça, a primeira impressão é que o PSG finalmente teve sorte. Isso porque desde que começou esse projeto “rico” com o dinheiro vindo do Qatar, a equipe costuma cair para clubes com muita tradição na competição (a exceção foi a derrota para o Manchester City nas quartas em 2016). Nos últimos três anos, caiu para Barcelona, Real Madrid e Manchester United, contra o Barça e os Red Devils, após abrir boa vantagem no jogo de ida.

Agora, o PSG enfrenta a Atalanta nas quartas de final e, caso se classifique, vai pegar o vencedor de Atlético de Madrid ou RB Leipzig. Nenhum desses três times pode ser considerado “fácil”. Mas em termos de tradição no torneio (embora o Atlético já tenho disputado três finais), todos ainda buscam seu primeiro título, como o clube francês. E, além disso, são equipes com elencos menos estrelados que o clube de Paris.

Se o caminho até a final, em tese, tirou os clubes mais vitoriosos da frente, ao mesmo tempo, aumenta a pressão em cima do PSG. A sensação de “agora ou nunca” eleva a pressão em um grupo que até aqui não conseguiu elevar o nível nos momentos mais importante do único real desafio do clube na temporada (dada à superioridade em relação aos outros clubes franceses). Não chegar à decisão, em um lado da chave com “menos grife” como esse, provavelmente será motivo de muitas críticas.

Mas o PSG sabe que não terá vida fácil contra a Atalanta e depois na semifinal. O time italiano é uma das boas notícias do futebol mundial nesta temporada, com um time ofensivo, que corre muitos riscos, mas é agressivo o tempo todo e que voltou muito bem da paralisação provocada pela pandemia. A expectativa é um jogo muito franco, já que o PSG normalmente entra com um quarteto ofensivo (Neymar, Mbappe, Di Maria e Icardi) e a Atalanta ataca com sete ou oito jogadores em muitos momentos. Num cenário de jogo único, em campo neutro, sem torcida, é uma partida totalmente aberta. E o PSG tem uma desvantagem clara contra o time italiano: a inatividade. Desde o início da paralisação, só terá feito dois jogos competitivos, as duas finais das Copas, da Liga contra o Lyon, e da Copa da França, contra o Saint Etienne.

No outro confronto definido, você tem um Atlético de Madrid que voltou bem da paralisação (no momento do retorno era o sexto do Campeonato Espanhol e já se consolidou na terceira posição) contra um RB Leipzig que caiu muito de rendimento em relação ao time que dominou o Tottenham nas oitavas-de-final. Além disso, o time não terá seu principal jogador, Timo Werner, que foi negociado com o Chelsea e não estendeu seu contrato para poder disputar a fase decisiva da Champions. Vejo a equipe espanhola como favorita destacada no confronto.

Foi muito curioso que o sorteio deixou bem separados os confrontos que ainda precisam de definição nas oitavas-de-final e do outro todos os times que já estão nas quartas-de-final. Assim que tivermos os classificados, vou publicar outro texto para analisar os duelos.

Como ficou o sorteio:

Quartas-de-final
- City ou Real x Juventus ou Lyon
- Barcelona ou Napoli x Bayern ou Chelsea
- Atlético de Madrid x RB Leipzig
- Atalanta x PSG

Semifinal

- City / Real / Juve / Lyon X Barça / Napoli / Bayern / Chelsea
- Atlético de Madrid ou RB Leipzig X Atalanta ou PSG