"Sou eu que vou sair, porra!”
Expulsão polêmica de Gabigol, nos acréscimos, teria sido por desrespeito e não por atraso no reinício da partida.
Por Péricles Bassols
Em uma análise simples e rápida, vendo o lance apenas uma vez, precisaria de muitas explicações para apoiar a decisão do árbitro Wagner Magalhães na decisão de expulsar o atleta do Flamengo. Como a súmula ainda não foi divulgada, vamos às possibilidades:
1) Caso o cartão amarelo tenha sido por retardar o jogo, atrasando a substituição, o árbitro perdeu a oportunidade de esgotar o processo com todas as ferramentas que tem. Como gestor do jogo, ele deve deixar claro que o atleta fez algum tipo de cera - lembrando que a regra diz que o jogo deve seguir se o atleta a ser substituído se negar a sair, bastando apenas autorizar o reinício. No caso de reincidência, aí sim este jogador deve levar cartão amarelo.
Ainda falando do sobre tentar retardar o jogo, se a arbitragem percebe que se trata de uma ação orquestrada da equipe para atrasar o reinício, o atleta a ser substituído, em geral, também é o punido;
2) Caso o cartão tenha sido por motivo de ofensa, o correto deveria ser o cartão vermelho;
3) Se o motivo foi alguma linguagem desrespeitosa, aí sim, pode-se aplicar um cartão amarelo.
Pelo que apurei nas últimas horas, no caso do jogo de hoje, o cartão aplicado se encaixa na terceira hipótese. Quando o árbitro perguntou para o quarto árbitro quem iria ser substituído, teria escutado do Gabigol, em alto e bom som: "Sou eu que vou sair, porra!”
Na minha opinião, Wagner Magalhães escolheu o momento errado para este cartão amarelo. Em arbitragem dizemos que este tipo de cartão tem que ser dado como numa foto colorida e nítida. Isso significa dizer que o árbitro tem que fazer tudo o que está a seu alcance e ser preventivo o suficiente para que todos no estádio, inclusive o pipoqueiro do lado de fora, saibam o motivo pelo qual determinado jogador será advertido. Isso, definitivamente, não foi feito!
Da maneira como ocorreu, todos foram pegos de surpresa, o que enfraquece a decisão e a boa arbitragem que Wagner fez durante os 90 minutos, já que o episódio se deu nos acréscimos.
Arbitragem preventiva é melhor que reativa. Em uma você evita o problema e na outra, geralmente, tenta consertar um problema que ajudou a criar ao não agir preventivamente.
Nesta segunda-feira (13), foi divulgada a súmula da partida. Veja: