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Time TV X VAR

Na guerra dos direitos de transmissão, a precisão do VAR pode e será questionada.
 

Momento do passe e a tecnologia de linha determinando posição legal de Gilberto.
Momento do passe e a tecnologia de linha determinando posição legal de Gilberto. (FERJ)

Por Péricles Bassols

Na última quarta-feira se disputou uma final de Taça Rio, em meio a interpretações e decisões de tribunais acerca de uma Medida Provisória sobre direitos de transmissão dos jogos quando se é mandante de uma partida.
A MP, se aprovada, será uma grande mudança para o mercado e promete agitar as concorrências na disputa pelos direitos de transmissão dos clubes.
Enquanto todos estão preocupados com QUEM vai transmitir ou SE vai transmitir, eu me preocupo muito com a qualidade do VAR.
O protocolo da Fifa para o VAR prevê que um jogo pode ser realizado com um plano de apenas 4 câmeras. Eu acho pouco, mas a entidade máxima pensa nos países mais pobres, uma vez que o custo de operação é alto. O protocolo prevê, ainda, que a cabine de vídeo DEVE ter acesso a todas as imagens de transmissão. Assim, não haveria risco de aparecer uma imagem a que a equipe da cabine não teve acesso, e pior, dessa imagem ser decisiva para uma chamada ou para a mudança de decisão.
Nesta quarta-feira passada no Maracanã, por conta da briga judicial até horas antes da peleja, tínhamos três equipes de transmissão em campo: FluTV; FlaTV e FERJ/VAR (uma empresa foi contrata para fazer a transmissão para o sistema de VAR do Cariocão 2020).
Na teoria isso não poderia acontecer, pois pode acarretar três ângulos diferentes para a mesma jogada, sendo que os homens de vídeo só têm acesso a uma transmissão. Desta maneira, o público em casa pode estar vendo um pênalti que o VAR na cabine não viu porque sua câmera estava em um ângulo diferente.
Assim como nos jogos de TV fechada, a equipe de VAR da FERJ, só tem 9/10 câmeras, enquanto numa transmissão de TV aberta, temos de 14 a 20 câmeras.
Por experiência, sei que quanto melhor for a qualidade da transmissão e quanto maior a quantidade de câmeras, menores serão as chances de erros. Explico: Com imagens de qualidade, o VAR pode eleger com maior precisão o momento de um toque/passe de cabeça ou com pé, por exemplo. Uma imgem ruim e com maior distorção dos pixels (menos nitida), poderia levar o operador e o VAR a errarem o frame do exato momento do toque. No caso do impedimento, um frame para frente ou para trás e teremos um jogador em posição legal ou não.
Já o maior número de câmeras possibilita que, dentre todos os ângulos possíveis, o mais claro seja escolhido para avaliação do toque. Tenho certeza de que neste jogo eles usaram todas as câmeras disponíveis para encontrar o momento certo do passe, mas quanto mais melhor.
Na final de quarta-feira, após o gol do fluminense, fotos com o momento do passe de cabeça para o gol de Gilberto começaram a circular nas redes sociais. Uma dava o lance como impedimento e outra como legal. Ambas muito ajustadas. A questão era determinar, em cada foto, o momento do toque com a cabeça. Eu confesso que em nenhuma das duas tenho certeza, inclusive analisando a foto oficial, depois disponibilizada pela FERJ. Isso gera incerteza e especulações no público e na mídia especializada, enfraquecendo a decisão da equipe de arbitragem em campo e na cabine.

Imagem divulgada nas redes socias que afirma que Gilberto estava impedido.
Imagem divulgada nas redes socias que afirma que Gilberto estava impedido.
Outra imagem das redes sociais mostrando o lance de forma muito mais ajustada.
Outra imagem das redes sociais mostrando o lance de forma muito mais ajustada.

É importante que, para a efetividade do VAR neste futuro de possíveis transmissões feitas por clubes, o protocolo seja seguido e não negligenciado.
Em um campeonato que poderia não ter acontecido, em um ano que não precisava ser vivido, o que menos precisamos no futebol é de uma imagem alternativa a do VAR, aparecendo após o jogo final, para ridicularizar ainda mais os atropelos e os descumprimentos desta fatídica edição de estadual.

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