Tudo doido: precisamos evoluir em todos os campos
Atitude desrespeitosa de mascote de clube é questão de educação
Por Mauro Beting
Tenho conhecidos que são mascotes de clubes. Boas figuras em um trabalho que não é fácil. Não apenas por ter que entreter quem só quer vitória. Também por ter de ser alegre e ativo num calor de derreter miolos dentro daquela pesada e quente fantasia.
Talvez isso explique o gesto injustificável que fez o mascote do Galo ao pedir para a zagueira Vitória Calhau (Atlético) dar uma voltinha para a torcida enquanto era apresentada antes da derrota para a Caldense. Como se fosse um apresentador de auditório dos "programas para a família brasileira", o mascote, aliás, A mascote não apenas pediu a voltinha como saiu depois esfregando as mãos, e passando uma delas no bico-boca...
Mascote do clube. O que representa a entidade. O que está lá, basicamente, para animar as crianças...
Não surpreende. Não pelo clube. Mas pelo meio do futebol. Pelo Brasil inteiro. Pela complacência com atitudes como essa.
O futebol feminino nunca esteve tão exposto e apoiado. Tão apoiado. Mas ainda tem tanto jogo para superar e vencer que cansa.
Ainda mais por quem acha isso normal. Por quem vai comentar aqui que isso é "mimimi". "Lacração". "Esquerdopatia". "Vai tentar ser visto em Cuba". "Futebol está chato: não pode mais chamar de bicha, não pode mais olhar pra bunda de mulher, não pode imitar macaco pra jogador".
Sim, inimigo.
Isso se chama evolução, australopiteco.
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