Por Fred Caldeira
Desde a última segunda-feira (23), todo o Reino Unido encontra-se em estado de liberdade restrita, em que é permitido sair de casa apenas para necessidades específicas. O país prepara-se como pode para o crescimento da curva de contágio do coronavírus enquanto certos economistas tentam precificar vidas humanas ao atentarem para a inevitável recessão econômica. Nesse complexo cenário, o futebol dá sinais variados.
A temporada das três últimas divisões do futebol inglês está oficialmente cancelada. Todos os resultados foram anulados, promoções e rebaixamentos não vão existir. O Jersey Bulls, time amador situado em uma ilha no Canal da Mancha, havia vencido todas as 27 partidas disputadas até aqui e liderava com 20 pontos de vantagem a competição regional. Um pequeno Liverpool que teve grandes sonhos adiados.
Na segunda divisão inglesa, o Leeds United antecipou-se ao que deverá ser seguido por tantos outros clubes: toda a equipe profissional, inclusive Marcelo Bielsa e comissão técnica, aceitou reduzir os salários enquanto a crise durar. A manutenção de outros 272 empregos ligados ao clube dependia diretamente da medida. Redistribuição de renda é o caminho claro e urgente.
Na ostentosa Premier League, há também delicadeza para além do dinheiro. O goleiro Tim Krul, do Norwich, revelou que ele e outros jogadores da equipe têm estreitado relações com torcedores que estão na terceira idade. "Minha vizinha tem 94 anos e, há poucos dias, fiz as compras para ela", disse o holandês. Mais aplausos para o jogador que ganhou tantos naquela disputa de pênaltis na Copa brasileira.
O confinamento britânico tem prazo mínimo de três semanas, enquanto o futebol profissional inglês projeta voltar no dia 30 de abril. Mesmo fora de ação, o esporte pode nos entreter e inspirar.
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