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Futebol Brasileiro

Auxiliar de Luxemburgo critica diferença de análise entre estrangeiros e brasileiros e pede mudança em cursos da CBF

Maurício Copertino, auxiliar de Luxemburgo no Palmeiras, rejeitou o rótulo de ultrapassado do treinador e garantiu que o técnico é um dos "maiores da história do futebol"

Luxemburgo e Copertino iniciaram 2020 à frente do Palmeiras
Luxemburgo e Copertino iniciaram 2020 à frente do Palmeiras - Twitter/m_copertino (Twitter/m_copertino)

Por Rodrigo Fragoso

A palavra “ultrapassado” não entra no vocabulário dele. Maurício Copertino tem a certeza de que, hoje, trabalha com um dos melhores treinadores da história do esporte. O auxiliar técnico de Vanderlei Luxemburgo no Palmeiras quer ver mais dribles no futebol nacional e tem convicção de que eles estão na essência do jogador brasileiro, ainda que, de acordo com ele, tenham sido deixados de lado em muitas análises.

Tática? Estudo? Copertino responde com seu currículo, onde carrega a licença PRO da CBF e, também por isso, pede que os trabalhos de técnicos brasileiros e estrangeiros sejam analisados sob uma mesma ótica. Pede também que a própria Confederação Brasileira de Futebol lute para que seus cursos de alto investimento sejam aceitos na Europa e abram portas para os profissionais do país. E para aqueles que resumiram o início do trabalho da atual comissão técnica alviverde em caixa de areia, ele preparou uma resposta em uma de suas redes sociais e abriu o jogo nessa entrevista exclusiva ao Esporte Interativo.

“Eu fiquei inconformado com algumas opiniões sobre os trabalhos que estavam sendo feitos aqui. Só falaram da caixa de areia. Aliás, o Melo (preparador físico) é um dos maiores conhecedores do trabalho no mundo. Como só falavam disso, eu resolvi postar para as pessoas verem que a gente estava fazendo um trabalho muito atual. Não gosto de postar muitos trabalhos internos, mas dessa vez eu senti que precisava mostrar isso aos torcedores. Aliás, o Vanderlei veio com a proposta de jogar ofensivamente. Ele gosta de agredir, encurralar, fazer gol. Foi nesse intuito que eu postei”.

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- Você é um técnico com Licença PRO da CBF. O curso te trouxe algo de diferente do que treinadores mais antigos apresentavam enquanto você era jogador?

“Escuto as pessoas comentarem sobre os treinadores mais antigos. É bom lembrar que não existia curso no Brasil. A rapaziada ia trabalhando no campo, entende? O curso da UEFA existe há 25 anos. A nossa CBF Academy foi criada recentemente. Eu sou da primeira turma PRO, então eu não vejo essa comparação de forma leal. É diferente”.

- Você enxerga uma responsabilidade grande das comissões técnicas brasileiras em 2020 de mostrar trabalhos com futebol forte e ofensivo para dar uma resposta àqueles clubes cujo pensamento atual é de que só há bons treinadores fora do país?

“Eu respeito muito todos os profissionais de fora. Acho que há excelentes trabalhos lá fora, como também há péssimos trabalhos lá fora. Nós também temos grandes treinadores e comissões técnicas e as pessoas estão se organizando e vendo isso. Hoje a cobrança é muito intensa, todo mundo vê tudo. Você vê o time jogar e percebe que melhorou. É nítido, o torcedor percebe. Eu só queria que fosse colocado tudo no mesmo nível de análise, ou seja, que se valorize o trabalho independente de ser brasileiro, espanhol ou português. Vai ser importante para que a gente reconquiste o mercado internacional. Aliás, é preciso cobrar novamente o pessoal da CBF Academy para que as nossas licenças sejam logo aceitas no mercado europeu. O curso é quase 80 mil reais. A CBF é gigante, isso não pode acontecer. Se aparecer a oportunidade por lá, que os brasileiros tenham a chance de ir”.

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- Como você foi parar na comissão técnica de Vanderlei Luxemburgo?

“Foi bem bacana. Eu tinha acabado de sair da Seleção Olímpica e estava livre no mercado quando o Vanderlei recebeu a proposta da China. O Deivid era o auxiliar dele e seguiu treinando o Cruzeiro, então ele ficou sem auxiliar. Aí soube que eu estava livre do mercado e me convidou. Então nós fomos juntos para o projeto na China. Trabalhei em outros projetos e depois retornei. Eu estava livre no mercado novamente, curtindo Santos, minha cidade, e aí veio um novo convite para ir ao Vasco da Gama com ele. Agora, no Palmeiras, ele me chamou novamente. Acho que ele gostou do meu trabalho, não é?” (Risos)

- A marca de ultrapassado, que muitos colocaram no Vanderlei, mexeu com você quando surgiram os convites?

“De forma alguma. Eu fiquei lisonjeado de poder trabalhar com um cara que é dos maiores treinadores da história do futebol. Ele é um cara muito atual dentro do modelo que ele trabalha. As coisas que ele fala são muito atuais. E com a história que ele tem, eu já disse a ele: “Você tem que contextualizar tudo que você faz! A gente é muito pobre na literatura aqui”. Imagine o Parreira, o Zagallo, e outros colocando no papel aquilo que eles faziam para criar aqueles grandes times. O Zagallo, aliás, deveria colocar num livro como foi a formação da seleção de 70 e como ele via aquilo”.

- Ainda na apresentação de Luxemburgo no Vasco da Gama, ele deu a entender que ao fim do trabalho você seria quem passaria a levar porrada da imprensa, ou seja, assumiria o comando técnico. O que faltou para você assumir o cargo de treinador do Vasco?

“Dentro do futebol eu procuro ser muito ético. O professor Vanderlei que me levou para o Vasco e eu achei justo sair com ele. Esse momento de ser treinador aqui no Brasil ainda vai chegar. Eu estou me preparando cada vez mais para isso. Sou muito leal e estou feliz de trabalhar com ele de novo, agora aqui no Palmeiras”.

- Como é a rotina de trabalho da comissão técnica do Palmeiras?

“A gente tem que chegar por volta de sete e meia da manhã e sair lá pelas oito da noite. Tem muitas coisas que ninguém vê. Temos as reuniões lá dentro (da Academia de Futebol), vamos escutar todos os departamentos, falar com a área médica, com o pessoal da parte física para saber quem pode treinar e qual tipo de treinamento a gente pode fazer, por exemplo. Até no almoço nós estamos discutindo alguma situação que a gente viu no treinamento e, de repente, podemos mudar ou repetir”.

- Os atacantes Wesley, da base, e Rony (Palmeiras já assumiu publicamente estar na briga pela contratação), do Athletico, são jogadores de características parecidas?

“Acompanhei o Wesley no Vitória em 2019 e ele fez uma excelente Série B. É muito rápido, característica ótima de lado de campo, joga tanto pela esquerda quanto pela direita, um menino que tem mostrado ter boa técnica e vitória no um contra um com facilidade. Ele entrou nesse último jogo contra o Oeste e fez uma bela apresentação dando equilíbrio ao time, já que o Scarpa vai mais para dentro e não faz muito o corredor. Temos que acompanhar o desenvolvimento dele. E o Rony é um grande jogador, já mostrou seu trabalho. Pela velocidade, acredito que os dois se parecem, mas o Wesley ainda é muito novo e precisa jogar mais para podermos analisá-lo melhor”.

- Com Scarpa, Lucas Lima e Raphael Veiga brigando pela posição do meio, o Palmeiras não pensa em buscar um armador no mercado?

“Isso é muito legal: colocar as cartas na mesa. Estamos muito bem servidos nessa posição. Nível técnico e potencial lá em cima com esses três nomes. Sobre o mercado, todo bom jogador é sempre bem-vindo, mas aí depende do clube”.

- Palmeiras está no mercado atrás de um novo centroavante?

“Nós temos no nosso grupo dois grandes jogadores dentro dessa posição. Não só o Luiz Adriano, como o Willian foi utilizado assim. Nós já temos conversado que ele será utilizado por dentro e tem sido um jogador que nos treinos tem nos deixado muito feliz”.

- No plano de carreira montado por você e pelo Luxemburgo, está aberta a possibilidade de assumir o Palmeiras quando o técnico entender que está na hora de sair?

“Penso no meu presente, meu planejamento de carreira é ajudar o professor. Nós temos um contrato de dois anos com o Palmeiras e dentro desses dois anos eu me comprometi em trabalhar com ele. A partir daí é analisar, ver o momento e aí sim tomar decisões. Assinei dois anos de contato como auxiliar e estou feliz com o Vanderlei aqui no Palmeiras”.

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