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Futebol Brasileiro

Com ‘colchão emergencial’, CEO da Inter de Limeira abre mão de parte de seus salários e bônus para manter rotina do clube normal

Clube do interior de São Paulo não precisou reduzir salários, fazer cortes e adiantou vencimentos dos funcionários nessa paralisação do futebol

Enrico Ambrogini tem contrato com a Inter de Limeira até o fim de 2020
Enrico Ambrogini tem contrato com a Inter de Limeira até o fim de 2020 (Divulgação/Inter de Limeira)

Por Rodrigo Fragoso

O cenário econômico durante a pandemia do novo coronavírus tem prejudicado também o futebol, já que clubes passaram a reduzir salários e cortar funcionários em meio a perdas de receitas com a paralisação das competições.

No entanto, alguns casos fogem dessa linha, como acontece com a Inter Limeira, clube que disputa a primeira divisão do Paulistão e não está presente no atual calendário nacional. Embora tenha pouca receita, houve adiantamento no pagamento de contratos, nenhuma demissão e apenas uma redução salarial: o CEO Enrico Ambrogini abriu mão de 40% do seu salário fixo e de um bônus que poderia receber.

"A gente antecipou 15 dias do salário de março de atletas e comissão técnica, além de já termos realizados todo o pagamento de março dos funcionários. O objetivo é deixá-los com dinheiro em caixa para suportar essa pandemia. Como fizemos isso? Nossa gestão é muito conservadora. Dentro do orçamento a gente prevê um colchão para emergências", revelou, em entrevista exclusiva, o CEO da Inter de Limeira, que ainda exemplificou como abastece esse colchão: "Vamos pensar numa renda extra para um jogo grande, como um patrocinador pontual. Também existe a bilheteria, como alguns jogos que nos dão boa receita, por exemplo, contra o Palmeiras. Então vamos fazendo esse colchão e, quando vem a emergência, é uma decisão da diretoria usá-lo", concluiu.

Ainda de acordo com Ambrogini, essa relação de transparência e preocupação com todos do clube gera frutos. A perspectiva de realização do Campeonato Paulista num futuro próximo não é tão nebulosa para a Inter de Limeira, já que o elenco se comprometeu a ajudar o clube no momento em que uma decisão de retomada da competição for anunciada.

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"Não teremos nenhum tipo de redução salarial. Vamos cumprir exatamente o acordo que fizemos. Eu não acho justo e correto interferir no planejamento dos atletas. Eles se programaram em cima das receitas que teriam, eu também tenho de ter me programado pra pagar esse salário, eu não deveria mexer nos salários deles. E eles entendem o cenário que estamos. Todo mundo começa a fazer seus planos com base no contrato que você tem. Se alongar o campeonato, eles ajudam também. Tivemos essa colaboração".

A única redução salarial no clube durante esse período aconteceu exatamente com Enrico Ambrogini, que optou por abrir mão de 40% do seu salário fixo e de um bônus que tem a receber caso se confirme a manutenção da Inter de Limeira na primeira divisão do Campeonato Paulista de 2021 – no momento o time do interior não está na zona do rebaixamento do Paulista.

"Meu contrato é de 18 meses, ou seja, de junho de 2019 até dezembro de 2020. Ele é escalonado, portanto durante a Copa Paulista, competição que gera menor receita, eu teria salário menor. Já no Paulistão, meu salário é maior. Agora abri mão do bônus e, além disso, realizei um corte de 40% no fixo", revelou o CEO do clube, que justificou a medida: "Consegui fazer isso para que não interferisse no funcionamento normal do clube, não pudesse abrir mão de quem está comigo, fazer cortes e faltar gente que poderia fazer falta na rotina, portanto isso me garante um dia a dia mais organizado".

As perdas apenas devem impactar a renovação contratual de alguns prestadores de serviços que não terão contratos estendidos, já que o clube utilizou sua reserva emergencial e, a partir de agora, precisa entender de que forma os patrocinadores vão reagir com as novas definições de evolução da temporada do futebol, além de quanto receberão em cotas da Federação Paulista de Futebol, já que a última não foi paga.

"Sem pagamento da cota, o futuro fica mais incerto, porque a gente guardava essa dinheiro para fazer investimentos na Copa Paulista. É um dinheiro que nós ainda não sabemos se teremos. Eu tive dois patrocinadores que já comunicaram que não devem seguir conosco e foi aí que tive que fazer a não prorrogação de alguns contratos de prestadores de serviços, ou seja, teoricamente equilibrei um fato com o outro. Estamos equilibrados por enquanto, mas não sei se todos os patrocinadores vão honrar, não sei se a cota vai entrar. O que nos garantiu foi o colchão que fizemos", finalizou Enrico Ambrogini.

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