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Futebol Brasileiro

EXCLUSIVO! Gabriel Veron fala sobre trajetória antes de se tornar joia do Palmeiras

Mudança de estado, amor da família e consagração na Copa do Mundo Sub-17: toda a história que Gabriel Veron, uma das joias do Palmeiras, carrega com apenas 17 anos de idade   

Gabriel Veron foi incentivado pela mãe para seguir a carreira de jogador de futebol
Gabriel Veron foi incentivado pela mãe para seguir a carreira de jogador de futebol - Marcello Zambrana/AGIF (Marcello Zambrana/AGIF)

Por Ana Paula Cerveira e Victor Lopes

De Assu para São Paulo. Da base do Santa Cruz de Natal ao elenco profissional do Palmeiras. De campeão do estado à campeão do mundo.

Com apenas 17 anos, Gabriel Veron Fonseca de Souza - mais conhecido por "Gabriel Veron", em homenagem ao jogador argentino de sucesso no final dos anos 2000, o chamado Juan Sebastián Verón - soma títulos por onde anda. O seu próximo, seja distante ou não, já se define muito bem qual é: "Vou fazer minha caminhada para ser um ídolo no Palmeiras."

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Porém, para chegar a esta meta, não foi tão fácil assim. Desde pequeno, a realidade do interior de Assu, sua cidade de origem no Rio Grande do Norte, era outra. Seu pai, Carlos Eduardo de Souza, era vaqueiro, algo muito diferente de sua profissão atual; por isso, foi sua mãe, Graciele Fonseca, que apostou no talento do futebol no filho e o incentivou a lutar por isto:

"Meu pai trabalhava com cavalos, na roça. Ele sempre me incentivava a trabalhar com ele, e minha mãe dizia que isso não tinha futuro, que eu não iria conseguir ajudar a minha família como eu queria. Aí, ela me incentivou a jogar futebol, eu já tinha um talento. Comecei no futsal e continuei trabalhando", disse Veron.

Com apostas e incentivos, a primeira grande conquista chegaria aos 12 anos, quando o jogador se consagrou como o melhor jogador do estado após ser campeão da etapa final do JERNs (Jogos Escolares de Natal). A partir daí, a carreira do menino do interior de Natal começaria a decolar - fato que sua própria mãe, com toda sua esperança, já havia profetizado: "Ela sempre dizia que a imprensa iria me entrevistar e eles foram. Eu falava que não iriam nunca, ela insistia. Graças a Deus ela me incentivou a continuar trabalhando", completa.

Contudo, se hoje o garoto tem sucesso, a luta para chegar aqui não foi fácil. Descoberto em uma peneira com mais 300 meninos, ele chegou à base do Santa Cruz de Natal com 13 anos e se mudou para a capital do Rio Grande do Norte. Lá, enquanto treinava pelo time potiguar, o alojamento do atleta foi uma churrascaria, lugar em que tinha três refeições por dia. A falta de casa quase o fez desistir de seguir seus objetivos:

Foi muito difícil lá. Tínhamos três refeições. Os três primeiros dias eu queria ir embora (voltar para Assú), mas minha mãe e meus empresários me incentivaram a ficar. Eu tinha muita saudade. Nunca tinha ido pra longe, tinha só 13 anos. Mas hoje sou muito feliz. Valeu e ainda vale muito a pena", declara.

De lá, seu próximo passo seria no Palmeiras. O atacante chegou em 2017 no clube alviverde e disse que a adaptação à cidade da garoa não foi tão complicada, já que conta com a presença de seus familiares: "Quando vim para São Paulo, vi como tudo é diferente de Assu. Em Assu tem um zona de mato bem grande, aqui você quase não vê isso, né. Eu estou muito feliz. Me adaptando bem, minha família está aqui também."

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O jogador foi considerado o melhor jogador do Mundial Sub-17

Antes de se tornar peça chave para os projetos palmeirenses, com 17 anos, Gabriel foi convocado para disputar a Copa do Mundo Sub-17 pela seleção brasileira. Vestindo a Amarelinha e terminando a competição com três gols, o camisa 7 do Brasil, cinco anos depois de ser eleito o melhor jogador do Rio Grande do Norte, foi considerado o melhor atleta do Mundial em 2019. Um feito que é orgulho para a família e a população de sua cidade:

Muito feliz. Todas as pessoas me parabenizaram. Umas falavam que eu não ia chegar, criticavam, mas a maioria aplaude. Eles gostaram muito. Fizeram até uma carreata pra mim em Assú. Fiquei muito feliz com isso."

Após a consagração na competição mundial, Gabriel Veron subiu um degrau da escada: está no elenco principal do Palmeiras. Desde a chegada de Vanderlei Luxemburgo à equipe, é nítida a presença de cada vez mais jogadores vindos da base, seja como titulares ou mesmo em substituições. Sobre isso, o camisa 47 do Verdão contou sua relação com o técnico.

Ele sempre cobra. Ele quer fazer a gente crescer. Fico muito feliz pela oportunidade que ele está dando, no tempo certo, para que sempre a gente possa mostrar nosso trabalho", diz Veron sobre Luxemburgo.

Outro exemplo é o fato de que, no jogo de estreia do Palmeiras na Libertadores na última quarta-feira (4), contra o Tigre-ARG, Veron se tornou o atleta mais jovem a jogar uma Libertadores pelo clube alviverde. Entrando no segundo tempo para substituir Luiz Adriano, ele ainda participou de um lance faltoso com o adversário, que deu um susto grande no torcedor pela entrada forte do zagueiro no momento em que o atacante entraria na área e ficaria cara a cara com o goleiro para marcar seu primeiro gol da carreira em na maior competição da América do Sul.

Na verdade, para ele, deu um gostinho de como é a competição sul-americana: "Estou vendo que meu trabalho está dando certo e vou continuar assim para as coisas irem acontecendo. Aquela chegada no jogo (contra o Tigre) foi pra mostrar que estamos na Libertadores. Já me mostrou como é que funciona."

Até aqui, o atleta soma cinco vitórias e dois empates com a camisa do Verdão e segue invicto. Jogando com ídolos e querendo ser um, Gabriel Veron é um nome jovem, ainda em preparação, mas que pode marcar a história e corações palmeirenses. Para o garoto de Assu, o que o levará ao seu nível mais alto de prestígio será a família e o trabalho duro do dia a dia:

"Eu estou trabalhando para as coisas acontecerem. Poderia estar em casa, mas continuo trabalhando pra atingir meus sonhos. Eu estou em um grande clube, que é o Palmeiras. Vou buscar mais sempre", finaliza.

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