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Futebol Brasileiro

EXCLUSIVO: Tiago Volpi abre o jogo e demonstra qualidades muito além das quatro linhas

Tiago Volpi atendeu a reportagem do Esporte Interativo no CT da Barra Funda

Tiago Volpi inicia seu segundo ano como titular absoluto do São Paulo
Tiago Volpi inicia seu segundo ano como titular absoluto do São Paulo - Marcello Zambrana/AGIF (Marcello Zambrana/AGIF)

Por Priscila Senhorães e Rodrigo Fragoso

Demorou, mas chegou. Quatro anos depois da aposentadoria de Rogério Ceni, o torcedor são-paulino finalmente encontrou um goleiro para abraçar e confiar. Tiago Volpi, contratado no fim de 2018, é o nome da vez embaixo das traves tricolores.

Quem é são-paulino com certeza teve dias de angústia no fim da temporada passada, quando o empréstimo do atleta chegou ao fim e a definição sobre sua permanência demorou para ter um final. O que o torcedor não sabe é que o goleirão também compartilhou dessa sensação de ansiedade, revelada durante o papo exclusivo com a reportagem do Esporte Interativo.

Foi um dia meio angustiante porque estava chegando perto do natal e não tinha nenhuma definição concreta. A gente sabia que tinha interesse de ambas as partes, mas também não era tão simples. Foi uma data muito especial, melhor presente de natal dos últimos anos.

A permanência do goleiro tem muito a ver com o abraço da torcida, consequente de seu rendimento dentro de campo. Nos últimos anos, foram muitos nomes que tentaram se firmar na posição, mas que a 'saudade' de Rogério Ceni fazia qualquer atuação menos do que perfeita ser cobrada e pressionada. No entanto, Volpi elimina qualquer rótulo negativo sobre a pressão de suceder o maior goleiro artilheiro do mundo.

"Fantasma é uma palavra muito ao contrário do que eu posso imaginar do Rogério. É o maior ídolo da história do clube, não me incomoda para nada falarem do Rogério. Eu tenho é que me sentir orgulhoso e contente de estar desempenhando uma boa função na qual ele foi por mais de vinte anos aqui dentro. Acho muito pesado falarem em fantasma, porque o cara tem que ser respeitado daqui até a eternidade por tudo que ele fez dentro do São Paulo. A história do São Paulo está seguindo, uma hora alguém ia ter que ganhar o carinho e continuar a história, alguém que a torcida abraçasse, que tivesse essa identificação. Eu fico feliz por esse momento, por poder ser eu a pessoa que está vivendo isso aqui dentro", comentou Tiago Volpi, sobre o privilégio de ter conquistado a massa tricolor.

Tiago Volpi e Rogério Ceni já se enfrentaram em jogo São Paulo x Fortaleza
<em>Tiago Volpi e Rogério Ceni já se enfrentaram em jogo&nbsp;entre&nbsp;São Paulo e Fortaleza (Foto: Reprodução SPFCTV)</em>

Tiago Volpi conta, nessa temporada de 2020, com um momento diferente no São Paulo. Pela primeira vez nos últimos anos, a temporada acabou e a base do elenco foi mantida, não cedendo à pressão da seca de títulos, que se manteve em 2019. A permanência de Fernando Diniz é um exemplo evidente. O treinador ficou no São Paulo por planejamento, mas também por defesa dos atletas. O camisa 1 explica as características positivas de Diniz.

"Vamos começar pela parte humana. O cara é um ser humano espetacular e, transformando isso para dentro de campo, ele tem um conhecimento de futebol absurdo. Ele é um cara que consegue dizer para ti coisas difíceis de uma forma muito fácil e faz você entender o futebol de outra maneira. Esse convencimento que ele trouxe pra gente, essa maneira de trabalhar intensa que ele tem, nos fez acreditar que é possível voltar a fazer o São Paulo ganhar títulos, ser um clube protagonista. Então eu acho que é por isso que a gente confia tanto nele. Tem o lado humano, que tem que ser levado em consideração. Mas a gente não pode ter um cara só do lado humano, que é gente boa, mas que se fosse um cara que não entendesse de futebol, pra gente não serviria de nada. E ele consegue complementar essas duas coisas, além de ser um grande ser humano é um profissional qualificado, e a gente não tem dúvida nenhuma que esse ano vai ser especial para o São Paulo", afirmou o goleiro titular do Tricolor, que ainda comentou sobre a 'gritaria' de Diniz na beira do campo durante os jogos.

"Tudo vai da aceitação de quem quer crescer. A partir do momento que ele está no campo pra trabalhar e ele é o chefe ele tem que cobrar. Se você tem que a cabeça boa, entende que você está aqui pra crescer e aprender, muitas vezes no futebol é complicado pedir por favor, ainda mais uma pessoa que tem o temperamento forte que ele tem. Mas como a gente já conhece o lado humano do Diniz, a gente entende que esse é o estilo dele, e ninguém vai levar pro lado pessoal, porque a gente sabe que ele está fazendo isso para tirar o melhor de cada um", finalizou.

Com Fernando Diniz, inclusive, Volpi passou a trabalhar mais a bola com os pés para se adaptar ao estilo de jogo proposto pelo treinador. No entanto, ainda acontecem alguns chutões quando necessário, ou quando surge a oportunidade de uma assistência do outro lado do campo. O goleiro explica sobre a quase assistência inédita que deu para Daniel Alves na partida contra o Palmeiras, mas que contou com defesa de Weverton no chute final. Relembre o lance:

"Isso é treinado, é lógico que é uma coisa que vamos forçar para que aconteça. São situações do jogo que se apresentam e que pode ter a possibilidade de a gente conseguir encontrar um companheiro livre numa ligação direta, como foi naquele caso contra o Palmeiras. É uma ferramenta a mais. Acho que o futebol tem evoluído, a posição de goleiro também, cada dia o goleiro tem que aprimorar mais a questão dos pés. É uma questão que pode voltar a acontecer porque estamos trabalhando muito essa questão dos pés", revelou Tiago, que promete comemorar muito sua primeira assistência bem sucedida.

Agora, os atletas do São Paulo vivem a expectativa da estreia pela Libertadores 2020, contra o Binacional. Eliminados na pré-Libertadores de 2019, Volpi revelou que o elenco ainda lembra do fatídico dia em que o Talleres deixou o Tricolor para trás na disputa.

Desde o ano passado é algo que se comenta muito, tanto que buscamos a todo custo poder estar direto na fase de grupos deste ano. É um sonho de todo jogador que está aqui. E sabemos que a Libertadores se vive diferente dentro do São Paulo. E que também, dentro dela, o São Paulo tem um respeito muito grande das outras equipes. A gente está muito ansioso, esperando que chegue logo o dia da estreia.

Ainda assim, o goleiro não gosta de deixar o Campeonato Paulista como uma extensão da pré-temporada nas disputas são-paulinas. Não só pela busca da taça, que o São Paulo não conquista desde 2005, mas por uma ética profissional com os atletas que disputam a competição por times de menor expressão.

"Não sei se podemos dizer pré-temporada porque talvez fosse falta de respeito com os outros times dizer que o Paulistão é uma pré-temporada. Acho que é um campeonato forte. Podemos tirar de lição dos próprios times grandes que jogam contra os do interior e se criam muitas dificuldades. Então nada é fácil, nada é de barbada. A Libertadores é uma obsessão pela grandeza da competição, mas precisamos tratar o Paulistão com seriedade, porque existem times de muita qualidade, existem jogadores que talvez hoje possam estar jogando em times do interior e venham para times grandes. É um campeonato que a gente quer ganhar também", afirmou.

São Paulo estreou em 2020 contra o Água Santa, pelo Paulistão
<em>São Paulo estreou em 2020 contra o Água Santa, pelo Paulistão (Foto:&nbsp;</em>Marcello Zambrana/AGIF)

Mais uma pauta levantada com o goleiro menos vazado do Brasileirão 2019 foi a situação de Alexandre Pato. O atacante voltou ao São Paulo sob muitos holofotes, mas ainda não convenceu a torcida dentro das quatro linhas. Há quem grite nas arquibancadas que jogar futebol não é prioridade do jogador, como também há quem tenha certeza de que ele não tem futebol para atuar no clube. Volpi contraria tudo isso.

"A gente acha absurdo (as cobranças em cima de Pato) porque quem conhece o Pato sabe que a realidade não é essa. Talvez se as pessoas conhecessem um pouco mais do dia a dia do Pato, muitas delas iam mudar o conceito e a forma de pensar sobre ele. O que a gente fala hoje e tenta fazer é não trazer as coisas ruins de fora pra dentro do nosso ambiente, pra que isso não possa ser interferido. O Pato é outra questão que temos total certeza que vai ser importante durante o ano, porque a gente confia nele. É um cara de grupo e que trabalha igual todo mundo, se dedica muito e que está com muita vontade de fazer história dentro do São Paulo", revelou Volpi.

Volpi defende Pato de cobranças externas
<em>Volpi defende Pato de cobranças externas (Foto: Érico Leonan/saopaulofc.net)</em>

Por fim, a reportagem relembrou a declaração do goleiro Cássio, do Corinthians, no início do ano, na qual o atleta colocou o Corinthians como o time a ser batido no Paulistão, já que é o atual tricampeão da competição. Ao levantar a questão de qual patamar o São Paulo ocupa no futebol paulista, Volpi negou qualquer favoritismo entre os rivais do estado e evidenciou o tamanho dos clubes.

"Enxergo o São Paulo num momento de crescimento e de ascensão por tudo que aconteceu no ano passado. É time grande. Não dá pra você dizer que está longe do patamar um do outro. Acho que todos os times grandes precisam ser respeitados, a partir do momento que esses times se enfrentam é muito difícil ter um favorito. O que posso dizer é que o São Paulo está num grande crescimento e a gente espera poder quebrar esse tabu e no final do Campeonato Paulista ser campeão", disse.

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