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Futebol Brasileiro

Gedeilson deixa a vaidade de lado para abrir banca de legumes durante pandemia

Ex-jogador do Madureira teve seu contrato encerrado durante a pandemia do novo coronavírus

Gedeilson abriu sua própria banca de frutas e legumes
Gedeilson abriu sua própria banca de frutas e legumes - Arquivo pessoal do jogador (Arquivo pessoal do jogador)

Por Priscila Senhorães

Gedeilson é ex-jogador do Madureira, do Rio de Janeiro. Seu contrato com a equipe carioca chegou ao fim em meio à pandemia do novo coronavírus e fez o jogador pensar grande para não anular sua renda mensal.

Eu trabalho vendendo frutas e verduras. E agora a gente acrescentou ovo. Eu comecei depois do meu contrato com o Madureira encerrar. Já tive a experiência com 11 anos de idade, mas naquela época eu trabalhava num sacolão", revelou o jogador.

Hoje, a rotina de Gedeilson é dividida entre treinos, para quando algum clube aparecer a fim de contratá-lo, sua feira e sua família.

"Acordo seis horas pra arrumar meu carro e levar até o ponto da banca. Quando termino de arrumar, volto pra casa, troco de roupa e faço meu treino. Quando acaba o treino, fico durante a tarde com a minha família. Quando chega no final da tarde, volto pra banca para ajudar a desmontar, retorno com as coisas pra casa e descanso para no dia seguinte fazer a mesma coisa", contou Gedeilson sobre a programação de seu dia a dia.

<em>Gedeilson recebeu a visita de Guilherme, lateral do Botafogo, em sua banca. (Foto: Arquivo pessoal do jogador)</em>
<em>Gedeilson recebeu a visita de Guilherme, lateral do Botafogo, em sua banca. (Foto: Arquivo pessoal do jogador)</em>

Garantir o bem-estar de sua filha está entre suas prioridades. O jogador contou que sua ideia de abrir a banca foi pensando na sua família a longo prazo, já que não sabe quando surgirá um novo contrato como jogador.

"Ela (minha filha) ficou com a gente na primeira banca. Eu falo pra ela que estou fazendo isso para ganhar dinheiro e comprar presente pra ela. O mais importante disso tudo é que, independentemente de qualquer sacrifício, eu tenho conseguido colocar a jujuba e o pãozinho dela dentro de casa. Se Deus quiser, isso jamais vai faltar", disse o pai de Pérola.

A repercussão de seu caso não foi à toa. Em um mundo tão glamourizado como o do futebol, não é para qualquer um assumir sua real situação, deixando a vaidade de lado e se adaptando aos tempos difíceis.

"Antes de tudo, tenho minha filha, e jamais terei vaidade. Tive que ter coragem. Eu abri um negócio que estou ajudando pessoas sem nem ter emprego. Eu consegui isso. Se eu tivesse a oportunidade de deixar mensagens para pessoas da minha profissão que estão sem contrato, seria que pudessem deixar a vaidade e a vergonha de lado. É melhor as pessoas te julgarem por você ser um jogador que abriu uma barraca de feira, mas ter o que levar pra casa pra comer, do que você ter vergonha e vaidade e não ter um pão dentro de casa pra comer", disse Gedeilson, que continuou:

"É uma pena as pessoas rotularem a gente como ricos, milionários e que temos tudo. Porque gera isso em jogadores de times de menor expressão, a vergonha. Eles têm vergonha do que as pessoas vão pensar. A coragem vem de vender uma tangerina na feira na mesma proporção de jogar num Maracanã lotado", finalizou.

Os rótulos incomodam Gedeilson. Apesar de reconhecer os salários altos em comparação com a sociedade num todo, ele relembra que nem todos são iguais aos milionários do esporte.

"Quando você pensa em jogador de futebol, vem Gabigol, Neymar, Ronaldo, Adriano, na cabeça. E todo mundo acha que é a mesma coisa. As pessoas classificam a gente por eles, e a gente acaba levando isso no nosso fardo", desabafou.

Além de toda a dedicação com sua banca, o lateral vive na expectativa de poder voltar a atuar dentro de campo. Os tempos difíceis com a pandemia não impedem o jogador de se dedicar diariamente para estar em forma quando a próxima oportunidade aparecer.

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Por fim, Gedeilson pediu espaço para agradecer sua esposa, Carolin Alvarenga, pelo apoio que vem dando ao projeto do atleta.

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