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Futebol Brasileiro

Madureira perde técnico e mais de 20 jogadores: "É uma situação calamitosa"

Elias Duba, presidente do clube carioca, sofre sem arrecadações e busca soluções para pagar 130 funcionários em abril
 

Presidente do Madureira tenta encontrar solução para manter compromissos do clube
Presidente do Madureira tenta encontrar solução para manter compromissos do clube (Foto: Divulgação | Madureira)

Por Monique Danello

Sem previsão para a bola voltar a rolar no Brasil, a situação dos clubes menores do futebol carioca se torna cada vez mais dramática. Na terça-feira (14), o Madureira, que ocupa a segunda posição do Grupo B da Taça Rio, anunciou o desligamento do técnico Toninho Andrade. Além da saída da comissão técnica, a equipe também está perdendo boa parte do seu plantel. Os contratos de mais de 20 jogadores foram encerrados, já que, além do estadual, o clube não tinha perspectiva de disputar outras grandes competições em 2020.

"A gente estava em segundo lugar no grupo, brigando por uma vaga na Copa do Brasil e na Série D, além da semifinal da Taça Rio. O que eu fiz foi uma espécie de rescisão com os atletas que tinham contrato terminando em 31 de março e o mesmo se aplicou para a comissão técnica. Em uma conversa com o grupo, a Ferj, o Sindicato, a gente poderia tentar fazer um contrato de tempo menor com esses profissionais para que terminassem o campeonato, seriam contratos pontuais. Ninguém foi desligado de uma forma definitiva, conversamos com todos que teria essa possibilidade, inclusive com a comissão técnica. Tão logo a gente tenha essa possibilidade, a gente convidaria para a retomada do trabalho, para que a gente encerrasse da mesma forma e com os mesmos objetivos", explicou Elias Duba, presidente do clube.

Mesmo com todas as dificuldades, o Madureira pagou integralmente os salários de março aos atletas, comissão técnica e funcionários do clubes. A situação para o mês de abril já é bem mais complicada. O clube perdeu todas as suas fontes de arrecadação: a última parcela da cota de TV pelo Campeonato Carioca, os aluguéis das lojas e as escolinhas de todas as modalidades. O Madureira tem hoje uma folha com 130 funcionários e o presidente do clube Elias Duba está muito preocupado com a realidade que terá que encarar, a partir de agora, se o futebol não retornar.

"Nao vou precisar de demissões, mas vou precisar de ajuda. Ficamos sem a última cota da TV, isso abalou a todos, alguns clubes estão em situação precária. O Madureira não precisou da cota para pagar março, mas vai precisar para pagar abril, maio, até quando ficar parado. É preocupante, estou muito preocupado com a minha situação e com a dos outros. É uma situação calamitosa. O Madureira vive dos aluguéis que recebe das lojas, que são quase 40, esse mês já fomos sinalizados com a possibilidade de não receber nada. Temos uma galeria de lojas fechada, as outras estão fechadas também, e como eles vão pagar aluguel? Temos as escolhinhas do clube de vários esportes que rendem, mas está tudo paralisado, como vamos receber mensalidade de um serviço que não estamos prestando? Vejo uma situação sombria em relação aos recebimentos. Quero tomar todas as precauções para não deixar meus funcionários sem receber", relatou o presidente.

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A situação de Elias Duba também é delicada em relação à saúde. Aos 70 anos, cardiopata, hipertenso e diabético, o presidente do clube faz parte do grupo de risco e está sem sair de casa, desde que a situação se agravou no Rio de Janeiro.

"Eu não posso nem colocar o nariz para fora da porta, eu não sou só risco, eu sou uma bomba relógio, eu tenho todos os predicados que o vírus gosta. Se eu bater no hospital eu só saio de lá no caixão, estou na gaiola", contou o dirigente.

Elias Duba não está otimista com o retorno do Campeonato Estadual ainda no mês de maio, mas torce para que isso aconteça, pensando na sobrevivência das equipes menores. Segundo o dirigente, os presidentes dos clubes voltarão a se reunir por vídeo nesta quinta (16) para uma nova conversa. Segundo Elias Duba, Flamengo e Vasco têm feito um movimento muito favorável ao retorno da competição no próximo mês, já a postura do Fluminense nessa questão ele definiu como "má vontade".

"O Flamengo é um dos clubes que realmente briga para que o campeonato volte logo. Sabemos do tamanho da folha salarial do Flamengo, talvez seja maior que de todos nós juntos. Com o Flamengo a gente sente muita boa vontade, com o Vasco também, o Botafogo mais ou menos e o Fluminense má vontade. Mas, eles (Fluminense) também disseram que com todas as garantias voltariam. Agora deram férias aos jogadores e só voltam a treinar em maio. Que voltem a treinar, se assim for permitido", opinou Elias Duba.

Na quarta-feira (15), a Ferj aprovou junto com os clubes a redação final do "Jogo Seguro" - protocolo para a retomada das atividades. O Campeonato Carioca segue sem previsão de retorno.

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