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Futebol Brasileiro

Nenê vê Flamengo favorito mas não imbatível e lembra confrontos deste ano

Meia reafirma acerto do clube em não voltar a treinar antecipadamente e vê lado positivo de entrar em campo como azarão

Nenê vê Flamengo como favorito na Taça Rio
Nenê vê Flamengo como favorito na Taça Rio - Lucas Merçon (Lucas Merçon / Fluminense FC)

Por Aline Nastari

Nesta quarta-feira (08) Flamengo e Fluminense entram em campo para decidir a final da Taça Rio em situações bem diferentes. Enquanto o rubro-negro já está há mais de um mês em atividade e venceu as três partidas que disputou depois da paralização do futebol por conta da pandemia, o tricolor teve nove dias de treinos e na sequência emendou três jogos em oito dias, dois empates e uma derrota, sem nenhum gol marcado. Há quem afirme que clássico não tem favorito, mas nesse caso, Nenê pensa diferente.

“Sabemos que fisicamente eles estão melhores que a gente. Teremos que fazer valer dentro de campo na mentalidade, na força mental, na qualidade, na nossa união. A pressão é realmente muito grande, eles são favoritos e a gente tem que demonstrar dentro de campo que tudo pode ser diferente, tudo pode acontecer, são 11 contra 11, está 0 a 0 ainda o jogo. Imbatível não é, não tem time imbatível no mundo. Eles estão melhores fisicamente, é um time muito técnico e qualificado, mas no futebol tudo é possível”, revelou.

Apesar de admitir o favoritismo físico do adversário, o meia deixou claro que a equipe está com a consciência tranquila que fez o melhor em prol da saúde dos jogadores ao não voltar aos treinos antecipadamente. Nenê se posicionou, mais uma vez, contra o retorno dos jogos. Para o jogador do Fluminense a equipe chega nessa final como azarão, o que tem seu lado positivo.

“É melhor (ser o azarão) porque a pressão é toda para o outro lado, né? Mas não é uma coisa que me atrapalhe ter pressão, então pode ser uma ajudinha de leve aí e que a gente possa aproveitar”, disse.

Nenê lembrou dos dois confrontos que já fizeram nesse ano contra a equipe de Jorge Jesus. Na Taça Guanabara os clubes se enfrentaram pela fase de grupos, quando o tricolor venceu por 1 a 0 contra o time alternativo do rubro-negro e na semifinal, quando o Flamengo venceu por 3 a 2 e se classificou em jogo que abriu três a zero, mas viu o Fluminense marcar dois gols e ter outros dois anulados por impedimentos confirmados pelo VAR.

“Claro que dá confiança, aquele era o time alternativo, mas era Flamengo, não era time de outra cidade ou outro nome. Quando perdemos por 3 a 2, demos muito trabalho para eles. Soubemos sair da pressão que eles fazem, eles fazem pressão muito boa, taticamente é um time muito organizado além da qualidade técnica. Então também sabemos como atacar e utilizar nossas armas. Da metade do primeiro tempo para o final jogamos de igual para igual. Fizemos 3 ou 4 gols, o VAR tirou dois gols nossos, não é uma coisa tão distante, temos que acreditar que podemos vencer como qualquer outro time”, lembrou.

Mas o meia não nega que levar o título seria especial e um dos motivos é justamente ter o Flamengo do outro lado.

“Um título seria importante, (a Taça Rio) não é um título tão importante, é o título do segundo turno, mas não deixa de ser uma taça e contra o Flamengo que é realmente muito difícil, seria muito bacana e nos daria confiança pra continuar nossa caminhada até a final do Carioca”, afirmou.

Em caso de vitória do Fluminense, as equipes se enfrentarão outras duas vezes para definir a final do Carioca. Se o Flamengo for o vencedor ganha além da Taça Rio, o Estadual, por ter vencido a Taça Guanabara. Um possível empate leva a decisão para os pênaltis.

Confira outros trechos da coletiva:

- Média de idade alta

Acho que essa é uma coisa injusta, até dois jogos antes de voltar a média de idade era a mesma, e estávamos bem. Time com mais gols do campeonato, melhor defesa, e isso é uma coisa natural, futebol a gente vive de resultado, mesmo com menos tempo de trabalho, com time desfalcado, eu tive corona e só treinei quatro dias antes do meu primeiro jogo, por exemplo. Isso não se leva em conta para as pessoas que estão de fora, e não conhecem a realidade que vivemos, já estamos acostumados. Isso não atrapalha em nada, é injusto, mas já sabemos que futebol é assim, a gente vive de resultado. Não importa se estamos menos treinados, se o time tem mais idade, menos idade, com ou sem experiência e entrosamento, a questão é o resultado e se não tem o resultado tem críticas e pressão. Uma coisa que já estamos acostumados.

- Evanílson para Fred: o que mudou

Foi pouco tempo, não pudemos treinar tanto tempo junto, Fred é mais pivô, que segura a bola, em uma pressão tem esse desafogo nele, cara muito inteligente, sabe segurar a bola e em todos cruzamentos leva perigo. Evanílson é mais de profundidade, com mais velocidades e opções em outro estilo de jogo, não no pé como Fred. A diferença é essa um com mais profundidade e velocidade que prefere essa bola na frente para tentar ganhar a corrida e o Fred é mais de pivô e todas as bolas cruzadas de cabeça, mesmo marcado consegue finalizar. Jogadores diferentes que podem nos ajudar.

- Como se sentiu pós COVID

Eu não tive muito problema com respiração nem paladar, só tive febre e fraqueza no corpo nos dois, três primeiros dias, de resto fiquei tranquilo, não foi muito forte acho que pela minha imunidade, corpo saudável. Achei que teria muito mais dificuldade contra Macaé, me senti bem e acho que não perdi meu tempo de treinamento, queria estar bem nessa volta. Me senti bem, não tive problema em relação a isso, é mais o ritmo que você já não tem. Treinei só 4 dias para o jogo e não tive nenhum problema em relação a isso.

– Jogar ao lado do hospital de campanha

Fico triste em ter que jogar perto de tantas pessoas ali do lado em situação complicada, crítica, mas é nosso trabalho. Acho que é cedo para gente estar jogando até pelo tempo para o Brasileiro e situação do Rio de Janeiro. Mas fico triste de jogar nessa situação ao lado do hospital.

- O que mudou para os gols não saírem?

Ele está tentando encontrar uma variação porque no outro estilo de jogo, com dois volantes já tínhamos entrosamento grande, sabíamos como jogar, fizemos muitos gols, e agora é uma maneira de antes do Brasileiro encontrar formas variadas caso a gente precise para ter mais opções de ataque, além de ter mais de um sistema de jogo. Essa é a maior mentalidade dele, conversamos isso na quarentena. Normal essa falta de entrosamento ainda, o Fred, a gente continua conversando, o que não dá para ser treinado pelo tempo vai pela conversa, isso é normal. Pouco a pouco, a gente ainda está conversando e entrando no ritmo, é totalmente normal ter dificuldade nesse recomeço.

- Nova função

Em Bacaxá, eu acabei jogando na mesma função de antes, é uma variação e mais uma opção pra jogar nesse sistema com um volante a mais eu fico mais aberto do lado direito, podendo vir para o meio e organizar as jogadas, mas não ultrapassar o campo como faço na outra maneira quando tenho liberdade dos dois lados. Nesse outro sistema não precisa porque já tem mais um jogador a mais no meio para ajudar na transição de ataque. Essa minha segunda função seria um falso ponta direita, mas quem sabe podemos fazer umas jogadas de ponta também. Mas tenho a liberdade também para continuar fazendo a armação do jogo no meio.

- Sistema contra o Flamengo

Pode funcionar, sistema interessante, ficamos mais organizados defensivamente, tomamos menos contra-ataques, opção interessante pra utilizar, depende do time que fomos jogar contra e o Odair decidir qual será a melhor maneira e isso vale para uma surpresa, os times não sabem o que vamos fazer e facilita. Das duas maneiras para mim será tranquilo, me sinto bem à vontade nas duas funções e vai ao treinador decidir no momento de jogo dependendo do adversário qual o melhor sistema para gente.

- Pressão

Discordo de você porque acho que nosso time estava em uma performance boa, a Sul-americana foi muito frustrante, mas jogamos bem, aqui eles fizeram o gol no único chute que deram, tivemos muitas possibilidades de ganhar e lá eles ficaram o tempo todo atrás, nós não fizemos o gol e eles usaram o gol cagado, na minha opinião, que fizeram aqui do Maracanã. Mas o restante, claro, você não vai jogar 100% todos os jogos, não vai ter atuação brilhante, mas no contexto geral acho nosso início de ano positivo, tínhamos o primeiro lugar geral até os dois últimos jogos, melhor ataque, melhor defesa, não senti essa pressão toda no dia a dia, estou vendo alguma coisa agora, depois da volta, por não ter ganho os jogos. Sem resultado futebol é assim e quem é o primeiro a sentir pressão é o treinador. Temos muito que melhorar, ainda mais agora com jogadores novos, sistema novo, a coisa toda da pandemia, mas acho que dentro de uma normalidade os resultados estão acontecendo. Claro que temos sempre que melhorar e buscar os resultados, melhorar a cada dia, mas não com a cabeça pesada ou a pressão que a gente está mal. Está sendo uma crescente e a gente tem grandes chances de ser um grande ano e termos um bom resultado no Brasileiro. Sempre procurar melhorar, mas não com esse peso que você está dizendo que não vejo no dia a dia.

– O que fazer para manter a bola contra o Flamengo

Como eu falei, temos que mentalmente ser mais inteligente, saber a hora certa de ficar com a bola, saber a hora certa de jogar a bola em profundidade e não errar o passe na primeira pressão, acertar esse passe, ter a tranquilidade mental de ficar com a bola. Temos que sair rápido da pressão para pegar eles não tão organizados, fazendo eles correrem e terem dificuldade de pegar essa bola, não fazendo um contra-ataque que é um dos maiores perigos deles.

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