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Bicampeão pan-americano na vela, Gabriel Borges aposta no psicológico para vencer nas Olimpíadas

Com a vaga na classe 49er, parceiro de Marco Grael acredita que quem passar melhor pela quarentena pode ter vantagem em 2021

Gabriel Borges falou sobre a importância da preparação mental
Gabriel Borges falou sobre a importância da preparação mental - Laurence Griffiths (Getty Images)

Por Monique Danello

Depois da confirmação do adiamento dos Jogos Olímpicos de Tóquio, atletas brasileiros com a classificação garantida começam a traçar um novo planejamento para 2021. Gabriel Borges é dono da vaga na vela na classe 49er, onde divide o barco com Marco Grael. A dupla não consegue ir para a água treinar, mas tem cuidado da parte física em casa. O velejador também se preocupa com a questão psicológica e acredita que quem passar melhor por esse período de isolamento, terá boas chances na Olimpíada, no ano que vem.

"A parte mental é pensar que a gente tem mais um ano para treinar, que estão todos, pelo menos a maioria, na mesma situação. A motivação é que a competição continua, quem passar pela quarentena melhor vai voltar com mais ânimo e mais gás para aproveitar os treinos no futuro. Isso virou parte do jogo, é um desafio para todo mundo ficar preso em casa. Essa é mais uma dificludade do processo e o que me motiva é ser melhor que meus adversários nesse ponto. Passar por esse período me mantendo saudável, tanto na mente, quanto no corpo."

Gabriel Borges estava na Espanha para a disputa do Troféu Princesa Sofia, que começaria essa semana, em Mallorca. A delegação olímpica brasileira de vela contava também com atletas que ainda lutavam pela vaga em Tóquio. Com o cancelamento do torneio, o velejador voltou ao Brasil e teve que permanecer em quarentena. Gabriel e Marco seguem mantendo contato virtual entre eles e a comissão técnica.

"Acho que da mesma maneira que a gente não pode ir para a água, muitos atletas estão restritos de fazer o treino propriamente dito. São poucos os esportes que, de casa, o cara consegue treinar exatamente o que ele pratica. A gente mantém canal de comunicação entre nós, eu, o Marco, nosso treinador, nosso preparador físico, nosso fisioterapeuta e nossa psicóloga. Não falamos todos os dias, mas estamos sempre nos falando", relatou o atleta.

Com o ouro conquistado pela dupla Marco Grael e Gabriel Borges no Pan-Americano de Lima, no ano passado, a vela brasileira garantiu a vaga na classe 49er na Olimpíada de Tóquio. Pelos critérios de classificação da Confederação Brasileira de Vela (CBVela), a vaga olímpica pertence ao país e não aos atletas. A CBVela determina que para um atleta ir aos Jogos Olímpicos, além de conseguir a vaga através de um torneio pré-olímpico, ele deve ficar entre os 18 melhores no campeonato mundial da respectiva classe, em 2019 ou em 2020. Em fevereiro, na disputa do Mundial, em Geelong, na Austrália, a dupla confirmou a ida ao Japão, após terminar o torneio em 13º lugar.

"Sobre a vaga, cada país deve ter seu critério. No nosso caso, nada foi falado sobre isso, mas acho que o mais lógico e justo é manter a vaga de quem já está classificado. Como é só um ano, se fosse mais tempo acho que poderia até entrar em questão isso. Mas, em um curto período de tempo, acho que a vaga é mantida", analisou Gabriel.

Confira a entrevista na íntegra:

Como você recebeu a notícia do adiamento dos Jogos Olímpicos?

"A notícia do adiamento dos Jogos Olímpicos a gente já estava meio que esperando. Mas, na terça-feira, assim que saiu a notícia de forma oficial, a Federação já comunicou a gente."

Como estava sendo sua rotina nesses dias de paralisação, enquanto vivia essa incerteza da realização dos Jogos?

"Como a gente tinha voltado recentemente de uma viagem da Espanha, a gente já estava em quarentena. Os treinos já estavam suspensos e a gente estava só fazendo a parte física, na medida do possível, em casa."

Você pode fazer a parte física em casa, mas ir para a água não. O quanto isso vai influenciar no trabalho de vocês, dependendo do tempo que ficarem fora da água?

"Acho que da mesma maneira que a gente não pode ir para a água, muitos atletas estão restritos de fazer o treino propriamente dito. São poucos os esportes que, de casa, o cara consegue treinar exatamente o que ele pratica."

Você tem mantido contato com o Marco, como vocês têm feito nesses dias?

"A gente mantém canal de comunicação entre nós, eu, o Marco, nosso treinador, nosso preparador físico, nosso fisioterapeuta e nossa psicóloga. Não falamos todos os dias, mas estamos sempre nos falando."

Mais tempo para se preparar, tem um lado bom? Ou já chegou no limite porque fora quatro anos se preparando?

"Com certeza, tem um lado bom. Vamos ter mais um ano inteiro para se preparar, só vamos ter que mudar todo o planejamento e ver como as coisas vão acontecer. Esse ano, praticamente todos os campeonatos que teriam no circuito mundial na Europa foram cancelados."

Como lidar com a parte mental para não bater um desânimo de pensar que terá mais um ano pela frente?

"A parte mental é pensar que a gente tem mais um ano para treinar, que estão todos, pelo menos a maioria, na mesma situação. A motivação é que a competição continua, quem passar pela quarentena melhor vai voltar com mais ânimo e mais gás para aproveitar os treinos no futuro. Isso virou parte do jogo, é um desafio para todo mundo ficar preso em casa. Essa é mais uma dificuldade do processo e o que me motiva é ser melhor que meus adversários nesse ponto. Passar por esse período me mantendo saudável, tanto na mente quanto no corpo."

Quem tem a vaga, vai seguir com a vaga, independentemente desse período de um ano até os jogos?

"Sobre a vaga, cada país deve ter seu critério. No nosso caso, nada foi falado sobre isso, mas acho que o mais lógico e justo é manter a vaga de quem já está classificado. Como é só um ano, se fosse mais tempo acho que poderia até entrar em questão isso. Mas, em um curto período de tempo, acho que a vaga é mantida."

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